Entidades da sociedade, partidos de várias ideologias, personalidades, mulheres, juventude, artistas, estudantes e trabalhadores unidos contra o genocídio e a barbárie bolsonarista
Nos últimos dias, foram intensificados os preparativos para a manifestação unitária do dia 24 de julho contra o o governo Bolsonaro e em protesto ao seu comportamento negacionista irresponsável e genocida diante da maior crise sanitária da história. Esse comportamento do governo já provocou a morte de mais de meio milhão de brasileiros, além de devastar a economia do país.
As recentes denúncias de corrupção envolvendo a compra da vacina Covaxin por parte do governo gerou ainda mais indignação da população brasileira. O roubo do dinheiro público se daria através de uma empresa atravessadora, ligada o líder do governo, que estava disposta a depositar a propina num paraíso fiscal. A operação só não se concretizou por conta da denúncia feita pelo servidor público de carreira Luis Ricardo Miranda ao Ministério Público Federal.
MOVIMENTO NACIONAL FORA BOLSONARO
No início desta semana, uma série de reuniões foram realizadas para preparar o protesto. Na segunda (12), representantes da Campanha Nacional Fora Bolsonaro aprovaram uma nota e reafirmaram a convocação de novos protestos no próximo dia 24 de julho. “Além de exigir o impeachment, as manifestações devem manter as bandeiras de maior agilidade na vacinação contra a Covid-19, auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia e respeito aos direitos dos povos indígenas”, orientam os organizadores.
O grupo congrega a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Centrais sindicais, partidos políticos (PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, PSTU, PCB, PCO e UP) e organizações e articulações da sociedade civil. “Reafirmamos, mais uma vez, as bandeiras de unidade que sustentam nossa campanha e o objetivo de congregar todos aqueles que estão unidos pelo Fora Bolsonaro”, diz o comunicado.
ESTUDANTES NAS RUAS
A União Nacional dos Estudantes também divulgou nota convocando os estudantes de todo o Brasil para o protesto contra Bolsonaro. “A ocupação das ruas como instrumento de luta e pressão social tem um vínculo profundo com a história do movimento estudantil brasileiro, e também dos mais diversos movimentos sociais. Ocupar as ruas é sinônimo de rebeldia, de indignação, mas também de proposição, de organização popular, e a juventude sempre teve uma presença bastante destacada nos processos de mobilização, seja por sua altivez, criatividade, ousadia ou disposição”, diz a convocação.
Sobre alguns episódios de violência de grupos isolados e sectários, observados na última manifestação, e que foi utilizado por bolsonaristas para tentar desacreditar o movimento, a UNE respondeu. “Esse tipo de atitude precisa ser amplamente rechaçada pelo conjunto dos movimentos e isolada da organização da campanha, se não se quer contribuir na construção coletiva, que vá atuar em outro espaço”, diz o manifesto dos estudantes.
FRENTE AMPLA PELA VIDA E PELA DEMOCRACIA
Na mesma segunda-feira, 12 de julho, vários grupos, entidades e partidos políticos também se reuniram na sede do PSDB municipal em SP para tratar dos preparativos para o ato. Estavam presentes representantes do PSDB, PDT, Cidadania, PSB, PCdoB e Rede, além da centrais sindicais, Força Sindical, UGT, CTB e CSB. Participaram também entidades estudantis como a UMES-SP e da juventude, como a Juventude Pátria Livre (JPL) e entidades femininas, entre elas a Confederação das Mulheres do Brasil (CMB).
O presidente do PSDB municipal, Fernando Alfredo, disse ao HP que a reunião foi um sucesso. “Na segunda 12/07, diversos dirigentes partidários, movimentos e sindicatos, se reuniram para discutir e formar uma frente ampla para fortalecer ainda mais a luta contra o presidente Bolsonaro, tendo em vista que está sendo o nosso inimigo central, a fim de somar na participação da manifestação do dia 24/07”, afirmou o dirigente partidário.
Carlos Eduardo, presidente do partido Cidadania, informou que os preparativos estão de vento em popa e que nos próximos dias será divulgado um manifesto convocando a população da cidade de São Paulo a participar da manifestação do próximo dia 24. A ex-vereadora Lídia Correa (PCdoB) disse que espera uma ampliação ainda maior da próxima manifestação contra o governo Bolsonaro e destacou a grave crise pela qual passa o país.
A reunião divulgou um manifesto convocando o ato do dia 24:
DIA DE UNIR O PAÍS EM DEFESA DA DEMOCRACIA, DA VIDA DOS BRASILEIROS E DO FORA BOLSONARO
O Brasil vive uma das maiores tragédias da sua história, com a perda de 540 mil vidas para a pandemia do Covid 19. Nesse difícil momento, a ação do governo federal tem sido marcada de maneira criminosa pela irresponsabilidade e descaso com a defesa da vida do nosso povo, atacando a ciência e sabotando a vacinação, usando o momento de dor e perda por que passamos como uma oportunidade para ações corruptas, reveladas pela CPI da pandemia.
Ao mesmo tempo em que sabota todos os esforços da sociedade para vencer o coronavírus, Bolsonaro ataca diariamente o regime democrático brasileiro e busca, inequivocamente, as condições para a imposição de um regime autoritário que destrua as instituições republicanas para acabar com as liberdades democráticas.
Não é a primeira vez que o Brasil enfrenta essa ameaça. Já assistimos a esse filme e sabemos o caminho para derrotar o arbítrio. É hora de unir os brasileiros, independente de colorações partidárias e ideológicas, na defesa intransigente da democracia. É preciso, ainda, apoiar as demandas sociais pelo auxílio emergencial de $ 600, vacina para todos já, contra a carestia e política ativa de geração de empregos de qualidade.
Por isso convidamos a todos para vir a Avenida Paulista, no dia 24 de julho. Estaremos com as nossas bandeiras do Brasil, em frente ao Conjunto Nacional, a partir das 15 horas.
Assinam a nota pela Frente Ampla em Defesa da Vida e da Democracia
PSDB. PDT, PSB. CIDADANIA, PCdoB, Solidariedade, PV, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central de Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), AGORA, ACREDITO, REDE, Confederação das Mulheres do Brasil (CMB),União Municipal de Estudantes Secundaristas (UMES).
CENTRAIS SINDICAIS
As entrais sindicais também estão se organizando e convocando suas bases para manifestações contra Bolsonaro no próximo dia 24. Vamos reforçar “nossa luta por Auxílio de 600 reais, Vacina Já para todos, Contra o Desemprego e Carestia e Fora Bolsonaro!”, diz a nota das centrais.
“Preparando-se para sair novamente às ruas contra o desgoverno Bolsonaro, ao lado de partidos, entidades da sociedade civil, estudantis, da juventude e de mulheres, as centrais sindicais lançaram uma convocatória aos sindicatos, confederações, federações e associações de trabalhadores para que todos engrossem as manifestações em todo o país, programadas para o próximo dia 24”, convocam as centrais.
“É preciso dar uma Basta já à política autoritária e incompetente” do presidente, as entidades afirmam que, “portanto, o próximo dia 24 é mais um grande momento de irmos às ruas para gritar em alto e bom som: Chega!”, enfatizam as entidades.
O manifesto é assinado por Miguel Eduardo Torres, presidente da Força Sindical (FS), Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Adilson Gonçalves de Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), José Reginaldo Inácio, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Ubiraci Dantas Oliveira, presidente Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Edson Carneiro Índio, da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora.