“Sempre estarei pronto para construir medidas efetivas e fazer de São Paulo uma cidade antirracista”, respondeu o deputado federal do PCdoB
O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), convidou o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que também foi candidato no primeiro turno, para discutir o seu projeto de cassar o alvará de empresas que tenham sido palco de crimes racistas.
Orlando Silva é autor do PL 5160/2020, apresentado no início do mês, que pune empresas que cometam atos e crimes raciais em seus estabelecimentos, podendo, inclusive, terem suas licenças cassadas se forem reincidentes.
O projeto ganhou mais importância ainda após o assassinato brutal de João Alberto Silveira Freitas por dois seguranças do Carrefour em Porto Alegre (RS), no último dia 19, véspera do Dia da Consciência Negra.
“Bruno Covas acaba de assumir a proposta de cassação de alvará de empresas reincidentes em casos de racismo. Importante que todos abram os olhos e assumam bandeiras para que São Paulo seja uma cidade livre do racismo”, comentou Orlando Silva em seu Twitter.
O prefeito Bruno Covas respondeu a publicação, o convidando para discutir o tema. “Orlando, semana que vem vamos fazer uma reunião na Prefeitura para tratarmos do tema. Topa?”.
Orlando Silva respondeu falando que “não há democracia com racismo. Fico feliz que as propostas que apresentei na campanha tenham sido compreendidas pelos candidatos que chegaram ao segundo turno”.
“Sempre estarei pronto para construir medidas efetivas e fazer de São Paulo uma cidade antirracista”, concluiu.
Durante a sabatina da Folha de S.Paulo, realizada na manhã de quinta-feira (26), Bruno Covas continuou o assunto.
“Em primeiro lugar, reconhecer a existência do racismo. Infelizmente, a gente vê algumas personalidades políticas refutando a existência do racismo. Ele existe, é um desafio a ser enfrentado”, disse o prefeito, em referência ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), que disse não existir racismo no Brasil.
Ele garantiu que vai implementar a medida. “Nós vamos adotar. Eu vou estudar de que forma vai ser adotado, vamos classificar isso. Vamos discutir o texto”.