O governo Temer anunciou na última sexta-feira, 23, mais um programa de demissões de funcionários na Caixa Econômica Federal. A expectativa do governo é desligar 1,6 mil funcionários. Desde 2016, 12,5 mil funcionários foram desligados da Caixa, dos quais 8,6 mil por meio de programas de demissão voluntária.
Com período de adesão de 26 a 30 de novembro, o Programa de Desligamento de Empregado (PDE) tem como objetivo afastar quadros com mais de 15 anos de serviços prestados à instituição, aposentados ou aptos a se aposentar até o fim deste ano, ou com adicional de incorporação de função de confiança.
O anúncio do PDE ocorre um dia depois de a assessoria do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmar a indicação do economista Pedro Guimarães para a presidência da Caixa. Guimarães, titulado por seus pares como “especialista em privatizações”, trabalhou com Guedes no banco BTG Pactual, é sócio do banco de investimento Brasil Plural – que atua no setor imobiliário e de petróleo e gás -, e assessorou o processo de privatização do Banespa, antigo banco do estado de São Paulo. Leia mais em Guedes indica “especialista em privatização” para a Caixa Econômica.
Para o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e diretor da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Dionísio Reis, o novo plano de demissões voluntárias vai piorar ainda mais o atendimento à população. “A Caixa tinha 101 mil trabalhadores no final de 2014, e agora serão algo em torno de 84 mil. O que poderemos ter é a redução do número de agências e bancários ainda mais sobrecarregados”, disse Dionísio, afirmando que no próximo dia 29 de novembro, data que foi marcado o leilão da Lotex, a entidade realizará mobilizações contra o fatiamento da Caixa e no dia 6 de dezembro, será realizado um ato em defesa dos bancos públicos.