Um total de 107 mil metros cúbicos de oxigênio doados pelo governo da Venezuela chegará à capital do Amazonas, Manaus, na noite desta segunda-feira (18).
A doação venezuelana ocorre após a capital amazonense sofrer com o completo desabastecimento do recurso que é essencial para a manutenção da vida das vítimas da Covid-19 nos hospitais.
As carretas atravessaram a fronteira do Brasil com a Venezuela na tarde de domingo (17) e seguem a caminho do estado.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, disse que os primeiros caminhões que carregam cilindros com oxigênio saíram no sábado (16) da cidade de Puerto Ordaz, localizada a cerca de 1.500 quilômetros de Manaus. O governo venezuelano havia anunciado na sexta-feira (15) que forneceria ao Estado do Amazonas o oxigênio disponível no país.
Através de sua conta oficial no Twitter, o presidente venezuelano Nicolás Maduro informou que são 6 caminhões com 136 mil litros que equivalem a 14 mil cilindros de oxigênio.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, entrou em contato com o governador de Roraima, Antonio Denarium, para pedir o apoio necessário na passagem do carregamento pelo estado vizinho. Cada veículo transporta cerca de 25 mil metros cúbicos.
Atualmente, o consumo diário no Amazonas é de 76 mil m³. A capacidade de entrega das empresas fornecedoras do produto tem sido de 28.200 m³/dia e o déficit é de 48.300m³/dia.
O governo do Amazonas está recebendo, em média, quatro voos diários da Força Aérea Brasileira (FAB) com oxigênio para abastecer as unidades de saúde do Estado. Cada aeronave tem capacidade para transportar até cinco mil metros cúbicos de insumo.
Após atrasos e completo descaso do governo federal, que sabia do risco de desabastecimento oito dias antes do colapso, os insumos passaram a ser transportados pelas aeronaves KC 390 e C 130.
A mobilização para o transporte de novas cargas de oxigênio também acontece por via fluvial. A White Martins tem enviado cargas até Belém, de onde é feito o transporte até Manaus por meio de balsas.
As balsas aportam trazendo caminhões com capacidade para transportar 9 mil e 25 mil metros cúbicos de oxigênio. Para agilizar a distribuição dos insumos, parte do carregamento desembarca e segue para o abastecimento. Parte desse carregamento é levada à sede da empresa em Manaus, onde é feito todo o processo de engarrafamento do oxigênio e, posteriormente, distribuída também para o interior do Amazonas.
Médicos se voluntariam para atuar no Amazonas
Segundo o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, 107 médicos graduados na Venezuela se ofereceram para ajudar a população manauara. Os profissionais são parte da Associação dos Médicos Formados no Exterior (Amfex) e se apresentaram na sexta ao consulado venezuelano em Boa Vista, Roraima, para ajudar no atendimento médico aos pacientes acometidos pelo coronavírus no Amazonas.
A brigada, que conta com médicos brasileiros e venezuelanos formados na Universidade de Caracas, Venezuela, enviou documento ao governador Wilson Lima (PSC) nesta sexta-feira, 15. No documento, o grupo afirma que “107 médicos residentes no Brasil estão à inteira disposição para prestar o apoio que seja necessário para nessa luta contra o coronavírus e a favor da vida humana”.