Após votar neste domingo pela manhã na escola municipal Rosa Da Fonseca, na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Bolsonaro voltou a lançar suspeitas sobre a segurança das urnas eletrônicas, sem apresentar qualquer prova de falha nelas.
“Eu espero do sistema eleitoral brasileiro que em 2022 tenhamos um sistema seguro, que possa dar garantias ao eleitor que, em quem ele votou, o voto foi efetivamente para aquela pessoa. O voto impresso é uma necessidade, as reclamações são demais. Eu estou vendo trabalho de hacker aqui e em qualquer lugar. A apuração tem que ser pública. Quem não quer entender isso, eu não sei que pensa da democracia”, disse.
Bolsonaro foi eleito presidente em 2018 com as urnas eletrônicas e o sistema não mudou, continua o mesmo que o elegeu.
No ano passado ele fez uma encenação dizendo que iria mostrar provas de que houve fraude nas eleições que o impediram de ganhar já no primeiro turno. Se passaram meses e nada de mostrar as supostas provas.
Ele declarou voto no atual prefeito do Rio de Janeiro, Marcello Crivella (Republicanos), que concorre à reeleição. Crivella é um dos vários apadrinhados de Bolsonaro que, segundo todas as pesquisas, naufragaram nestas eleições, com o fatídico selo do apoio do presidente.
Lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro é a saída dele para desviar o assunto, que é o seu fracasso nestas eleições em que seus candidatos foram derrotados.
Talvez como sistema eleitoral ideal que Bolsonaro esteja procurando seja aquele praticado durante a República Velha, antes de 1930, cujo voto era manipulado, aberto e não secreto, a bico de pena, e havia o controle dos coronéis sobre os eleitores. Menores de 21 anos, mulheres, analfabetos, mendigos, soldados rasos, indígenas e integrantes do clero não votavam.
Provavelmente o melhor sistema eleitoral que ele quer é o do Império, onde só os senhores de escravos e ricaços podiam votar. Com o voto por procuração e, ali sim, fraudes eleitorais das mais escandalosas. Eram excluídos das eleições mulheres, pobres e, claro, os escravos.
Nesses períodos, o voto era impresso, como quer Bolsonaro, e era o melhor meio de fraudar as eleições.
Até agora não houve nenhuma prova de fraudes nas urnas eletrônicas que funcionam bem há muitos anos no país. A Justiça Eleitoral garante que são o meio mais seguro e mais rápido de votar. Ao contrário do sistema eleitoral dos EUA que levam dias e até semanas para apurar os votos. E serviu de pretexto para Donald Trump, que Bolsonaro macaqueia, pedir infinitas recontagens, atrasando o resultado e abrindo espaço para manipulações.