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Lula disse, em uma entrevista, que a ex-presidente Dilma Rousseff não estará em seu governo, caso seja eleito presidente, porque “o tempo passou” e “ela não tem a paciência que a política exige”.
“Na minha opinião, a companheira Dilma erra é na política. Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar e atender as pessoas mesmo quando você não gosta do que a pessoa está falando”, criticou Lula.
“O tempo passou. Tem muita gente nova no pedaço. Eu pretendo montar um governo com muita gente nova, importante e com muita experiência. A Dilma, tecnicamente, é uma pessoa inatacável, que tem uma competência extraordinária”, pontuou.
As pesquisas de opinião mostravam que a aprovação do governo Dilma girava em torno de 10% quando de seu impeachment, em 2016.
Atualmente, Dilma Rousseff tem sido menosprezada pelo PT. Ela não participou de um jantar organizado pelo grupo Prerrogativas, onde Lula e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tiveram seu primeiro encontro desde que surgiu a discussão do ex-governador ser candidato a vice de Lula.
Diversas lideranças do PT participaram do evento, como a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
O PT argumentou que Dilma estava convidada, mas um “ruído de comunicação” fez com que o convite não chegasse até ela.
Durante a entrevista concedida à CBN Vale do Paraíba, o ex-presidente Lula também comentou a composição da chapa com Alckmin, dando sinais de interesse nisso. Segundo Lula, o vice-presidente é um cargo que exige confiança.
“Eu tenho confiança no Alckmin, eu fui presidente por oito anos e tive relações com o Alckmin, sempre foram relações de respeito, institucionais”, contou.
“Se tem alguém que tem experiência de ser vice é o Alckmin, que foi vice do Mário Covas [ex-governador de São Paulo, morto em 2001]. O vice está lá para contribuir, para participar”.
“Se a gente vai fazer uma chapa comum depende de eu ser candidato e da filiação do companheiro Alckmin a um partido político adequado que faça aliança com o PT. Espero que o PT compreenda a necessidade de fazer aliança”, continuou.
A possibilidade de Alckmin ser vice de Lula tem sido criticada por alguns setores do PT. Um grupo de filiados e simpatizantes produziu um abaixo-assinado contra essa aliança.
Lideranças como os ex-presidentes do PT, Rui Falcão e José Genoíno, se posicionaram contra a chapa com o ex-governador paulista.
O abaixo-assinado diz que Geraldo Alckmin tem uma “longa trajetória de combate às posições nacionais, democráticas, populares e desenvolvimentistas” e que “nada indica que entregar a vice para um golpista neoliberal seja necessário para ganhar as eleições”.