Reunidas em Brasília na terça-feira (25), as Centrais Sindicais definiram intensificar a luta em defesa da aposentadoria e contra o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentado à Comissão Especial da Reforma da Previdência. Em nota aprovada no encontro, as Centrais fazem um chamamento para a realização do Dia Nacional de Mobilização, no dia 12 de julho, contra a reforma.
A proposta é realizar manifestações e atos espalhados por todo o país, assembleias em portas de fábricas e locais de trabalho e participação dos trabalhadores no ato que a UNE (União Nacional dos Estudantes) realizará nesta data em Brasília, durante seu Congresso Nacional.
As entidades também decidiram, durante os próximos dias, reforçar a atuação frente aos parlamentares de diferentes partidos reafirmando o posicionamento das Centrais contrário ao relatório substituto que está sendo discutido na Câmara.
Para Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), “o relatório da Reforma da Previdência ainda sustenta muitos retrocessos que merecem ser observados”.
“A convocações das manifestações de 12 de julho nos estados e em Brasília pode ser decisiva para barrar a reforma da Previdência. Essas são as evidências do caminho certo que ganhou a luta e unificou estudantes com trabalhadores”, afirmou o dirigente sindical.
Para o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas, “a unidade e as grandes mobilizações da paralisação nacional do dia 14 de junho exerceram uma enorme pressão contra a aprovação da PEC/06 da miséria, que foi enviada ao Congresso pelo governo de traição nacional de Bolsonaro”. No entanto, afirma Ubiraci, “ainda não conseguimos barrar a questão principal: o estabelecimento da idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, e 20 anos de contribuição para os homens se aposentarem, com 60% da aposentadoria e 40 anos de contribuição para receberem a aposentadoria integral, tanto para homens quanto para mulheres”, disse.
“Se isso for aprovado, terá como consequencia que milhões de trabalhadores morrerão antes de se aposentar”.
Para Sérgio Nobre, Secretário-Geral da CUT, “o povo precisa entender o mal que representa essa reforma. Com a imposição da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres e o aumento do tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos, o trabalhador nunca vai se aposentar. Essa é a essência da reforma que precisa ser barrada”, afirma.
A nota das Centrais conclama os sindicatos e trabalhadores ao “estado de mobilização permanente, com debates e assembleias nos sindicatos e nas fábricas”.
No mesmo dia 25, as Centrais se reuniram na Câmara dos Deputados com os partidos de oposição, PSB, PDT, PCdoB, PT e PSOL, para debater o relatório apresentado à Comissão Especial da Reforma da Previdência pelo deputado Samuel Moreira. O que ficou acordado entre os parlamentares e os dirigentes das Centrais é lutar para que o texto seja rejeitado.
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