“O fracasso de Netanyahu vai do Monte Meron [onde 45 religiosos morreram durante uma festa religiosa, em um desabamento previsto por engenheiros sem que seu governo tomasse providências] até Gaza, da Esplanada das Mesquitas a Lod [localidades onde a tensão após repressão policial explodiu envolvendo conflitos entre árabes e judeus], portanto, chegou a hora de Netanyahu ir embora”, afirmou, logo após o cessar-fogo que pôs fim ao bombardeio à Faixa de Gaza, o líder da oposição, Yair Lapid.
Para Lapid, dirigente do partido Yesh Atid (Há Futuro) e encarregado pelo presidente israelense, Reuven Rivlin, de formar governo depois do fracasso neste sentido de Netanyahu, o atual premiê “agiu sem política, sem estratégia, sem responsabilidade”.
Ele acrescenta que “considerações políticas estiveram por trás da operação militar em Gaza”, e ainda que “se Israel tivesse sob um governo atuante, questões de segurança não seriam usadas ou interfeririam em questões políticas”.
O dirigente do Yesh Atid seguiu denunciando que Netanyahu provocou a eclosão dos distúrbios que levariam ao conflito em Gaza, entre outras coisas, ao estimular o ultradireitista, Itamar Ben-Gvir a ir com suas hordas a Jerusalém afrontar os palestinos no seu feriado religioso: “Ninguém, em sã consciência, daria a um lunático de carteirinha como Ben-Gvir a condição de incendiar Jerusalém e depois todo o país”.
Ele chamou as demais forças que se negam a compor com Netanyahu a se unirem em um governo alternativo o mais urgente possível: “Se um governo já tivesse sido formado, ninguém estaria agora se perguntando porque sempre o fogo acontece precisamente quando é mais conveniente para o premiê”.
A líder trabalhista Merav Michaeli também acusa Netanyahu de ter usado o conflito em Gaza para ganhos pessoais: “Então qual era o propósito da operação? Um cessar-fogo? Alcançar o silêncio? E agora, o que será feito?”
“Chegou a hora de que paremos com nossa alienação. Temos que perceber que Netanyahu faz uso de tudo isso para fortalecer o Hamas e fortalecer a si próprio”, finaliza Michaeli.
POLÍCIA ISRAELENSE VOLTA A AGREDIR MANIFESTANTES PALESTINOS
Poucas horas após o cessar-fogo na Faixa de Gaza, a polícia voltou a agredir palestinos que se manifestavam pacíficamente na Jerusalém Leste, diante da mesquita Al Aqsa, para arrancar de alguns as bandeiras palestinas que faziam tremular após as orações desta sexta-feira (21).
Veja o vídeo da manifestação minutos antes da interferência agressiva dos policiais israelenses: