A patrulha conjunta China-Rússia realizada nesta semana contou com dois bombardeiros chineses H-6 e dois russos Tu-95 e voaram juntos sobre o Mar da China Oriental e o Mar do Japão, escoltados por dois caças chineses, como dissuasão contra as crescentes tensões após as provocações dos EUA na região, informou o portal chinês Global Times.
De acordo com declarações do Ministério da Defesa Nacional da China, a patrulha conjunta foi realizada em duas fases com base em um cronograma anual de cooperação, a primeira fase no Mar do Japão e no Mar da China Oriental na terça-feira (6), e a segunda fase no Pacífico Ocidental na quarta-feira (7), que contou com a escolta de 18 aeronaves adicionais na operação.
No sábado ((3), um navio de guerra chinês chegou a 137 metros do contratorpedeiro americano USS Chung-Hoon e de uma embarcação canadense com a qual realizava exercícios no Estreito de Taiwan, após ter sido ignorado seu alerta aos intrusos de que estavam entrando em águas territoriais chinesas. O ministro da Defesa da China, general Li Shangfu, advertiu Washington sobre o incidente, enfatizando que a China irá “impedir as tentativas de usar [patrulhas de] “liberdade de navegação”, aquela passagem inocente, para exercer a hegemonia da navegação”.
A patrulha estratégica aérea conjunta China-Rússia foi conduzida de acordo com a lei e a prática internacional e não teve como alvo nenhum país específico, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em um comunicado à imprensa na quinta-feira (8), em resposta às preocupações expressas pelas autoridades do Japão.
Esta foi a primeira vez que a patrulha conjunta foi dividida em duas fases e estendida para dois dias desde que essas missões começaram em 2019.
A Televisão Central da China informou na quinta-feira que os caças J-11 e J-16 da Força Aérea do Exército de Libertação Popular (PLA) escoltaram os bombardeiros dos dois países na missão, enquanto o Ministério da Defesa da Rússia disse em um comunicado na quarta-feira que os caças Su-30 e Su-35 forneciam cobertura aérea.
Um mapa mostrando as rotas de voo das aeronaves chinesas e russas fornecido pelo Ministério da Defesa japonês indicou que os bombardeiros voaram além do alcance do monitoramento japonês depois de entrarem profundamente no Pacífico Ocidental na direção aproximada de Guam, um importante nó militar dos EUA na segunda cadeia de ilhas.
Moscou informou que durante a patrulha aérea conjunta, aeronaves russas também pousaram e decolaram de um aeródromo na China, o que, segundo analistas, permitiu que os bombardeiros russos reabastecessem e recebessem manutenção.
Cerca de 37 aeronaves do PLA da China, incluindo caças J-11 e J-16, bombardeiros H-6, aviões-tanque YU-20 e aeronaves de alerta precoce não identificadas, foram observadas sucessivamente sobre as águas a sudoeste da ilha de Taiwan na manhã de quinta-feira. Alguns deles entraram no Pacífico Ocidental através do Canal Bashi para o lado leste da ilha, de acordo com um comunicado de imprensa divulgado pela autoridade de defesa da ilha.
O recorde consecutivo de patrulhas aéreas estratégicas conjuntas China-Rússia e o exercício do PLA em grande escala ao redor da ilha de Taiwan podem deter qualquer parte que provoque problemas e contribuem para a salvaguarda da paz e estabilidade na região, afirmou um especialista militar chinês que pediu anonimato ao Global Times.
Os principais espaços na região Ásia-Pacífico ao longo da primeira e segunda cadeias de ilhas, incluindo Coreia do Sul, Japão, ilha de Taiwan e Guam, foram todos abordados na patrulha e no exercício, disse o especialista.
Essas missões estão se tornando mais frequentes, com forças navais se unindo em operações integradas mar-ar, disse Wei Dongxu, um especialista militar baseado em Pequim, ao Global Times, citando atividades simultâneas de navios de guerra do PLA nas mesmas regiões.
Mais patrulhas semelhantes e missões de treinamento na região provavelmente ocorrerão, disseram observadores.
