A China começou a perfuração de um novo poço superprofundo na Bacia de Sichuan, uma importante área de produção de gás no sudoeste do país, para procurar recursos naturais subterrâneos localizados a uma profundidade de mais de 10.500 metros, informou a agência de notícias chinesa Xinhua.
Este é o segundo poço de mais de 10 mil metros de profundidade sendo explorado na China, depois que a perfuração do primeiro começou no final de maio, na Bacia de Tarim, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China. Segundo as agências, esses poços estarão entre os mais profundos do mundo.
O recorde deste tipo, porém, ainda pertence ao poço superprofundo na península de Kola na Rússia – um projeto de perfuração científica da União Soviética que durou 20 anos e atingiu uma profundidade de 12.262 metros.
Um dos principais incentivos para essa escavação é o desejo de acessar nas profundezas subterrâneas reservas de energia que ficam cada vez mais escassas. As empresas de perfuração de poços na China são os maiores conglomerados estatais de petróleo, afirmou a Xinhua.
Assim, o projeto na bacia de Sichuan está sendo operado pela PetroChina Southwest Oil and Gasfield Co., uma das maiores empresas estatais de energia do país oriental.
PROMOVER O PROGRESSO DA TECNOLOGIA
A perfuração também visa “promover o progresso da tecnologia principal e das capacidades dos equipamentos da engenharia de petróleo e gás da China”, assinalou a Xinhua, que chama a esta estrutura de 2.000 toneladas, capaz de penetrar mais de dez estratos continentais, de um “telescópio” para a parte mais profunda da Terra.
De acordo com Chen Lili, engenheiro-chefe adjunto da estatal de energia, devido às complexas condições subterrâneas, os engenheiros terão que superar inúmeros “desafios de classe mundial” durante o processo de perfuração.
A profundidade do poço é maior do que a altura do Everest. Além dos gargalos comuns de estrutura geológica complexa e conteúdo de alta temperatura, pressão e sulfeto de hidrogênio, o poço foi projetado para uma distância de perfuração horizontal de 3.400 metros, o que traz novos problemas como revestimento difícil e formação de camadas de corte em profundidade horizontal, descreveu o especialista.
A China tem como objetivo alcançar suas metas de energia limpa previstas para 2030 cinco anos antes, tornando-se assim líder mundial em energia renovável.
