A partir desta quinta-feira (25), inicia a vacinação de adolescentes nas escolas de São Paulo, na tentativa de acelerar a imunização de jovens de 12 a 17 anos contra a Covid-19. A estratégia foi discutida em reunião na tarde da última segunda-feira (23) na Secretaria Municipal da Saúde para que os adolescentes completem o ciclo de vacinação.
Segundo boletim divulgado pela pasta na segunda, apenas 36,3% dos menores de idade voltaram aos postos para tomar a segunda dose.
De acordo com o próprio documento, 105% do público esperado entre 12 e 17 anos foi imunizado com a primeira dose. Entretanto, quase 585 mil adolescentes, que já poderiam estar com o ciclo completo de vacinação na cidade de São Paulo, ainda não tomaram a segunda dose.
Atualmente, a vacinação aos domingos é feita em parques públicos para tentar atrair o público mais jovem, mas isso não tem sido suficiente. “Vamos iniciar nesta quinta-feira a vacinação nas escolas. Vamos fazer nas municipais e estaduais”, defendeu o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.
Segundo ele, a vacinação nas escolas deverá ocorrer em dois dias por semana para que pais possam se organizar para acompanhar os filhos ou mandar uma autorização. Os detalhes da logística da vacinação nos colégios ainda não foram informados pela pasta.
“As escolas também precisam se planejar, assim como as equipes dos postos de saúde”, disse Aparecido.
Adolescentes de 12 a 17 anos podem receber apenas doses do imunizante da Pfizer contra a Covid-19, que inicialmente tinha a aplicação da segunda dose após 12 semanas. Porém, a Secretaria Municipal de Saúde anunciou no dia 24 de setembro a redução desse intervalo para oito semanas, ou seja, 56 dias. E na semana passada, o governo federal reduziu o intervalo para 21 dias.
A secretaria explica que as mudanças nas datas podem ter confundido pais e adolescentes. Isso porque o cartão de vacinação aponta o retorno para 12 semanas.
O médico sanitarista e professor de saúde pública do Centro Universitário São Camilo, Sérgio Zanetta, destacou a importância dos jovens e adolescentes aderirem à campanha de vacinação.
“A completa vacinação de adolescentes é uma das etapas fundamentais da proteção contra Covid-19. Eles têm grande mobilidade e presença nas famílias, e chegar a vacina é um elemento importante para controle da pandemia”, diz o especialista, que ressalta a necessidade do poder público fazer mais campanhas de incentivo.
“Não basta tomar decisões administrativas, é preciso haver ações dirigidas a essa população. Tenho certeza que é uma questão de oportunidade e acesso”, afirma Zanetta.
“Eles estão presencialmente nas escolas hoje e pode ter sido quebrado um espaço de comunicação. É preciso refazer isso com campanhas, como na internet e redes sociais. Rapidamente eles aderem, assim como foi na primeira dose”, completa.
Para a União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), a iniciativa da Prefeitura de São Paulo é fundamental para garantirmos que os estudantes tenham acesso à vacina. É bom lembrar que para se imunizar nos postos de saúde, os menores de idade necessitam da presença de um responsável e isso dificulta a vacinação.
“A escola é o principal local de convívio dos jovens. Se pudermos levar a vacina até lá, conseguimos avançar rapidamente na imunização dos adolescentes e, logo mais, das crianças”, ressaltou o diretor da entidade, Lucca Gidra.
A entidade relembra ainda que desde o início o surgimento das vacinas contra a Covid, a UMES iniciou a campanha “Chega de Mortes, Vacina Já, Fora Bolsonaro!” com o objetivo de denunciar o descaso do governo com a imunização da população e a superação da pandemia. “O que a CPI comprovou é que não era somente descaso, mas sim corrupção deste governo assassino com a vacina”, ressaltou o estudante.