Live, que contou também com a presença de Marta Rocha, pré-candidata do PDT à prefeitura do Rio, debateu a pandemia e os caminhos para superar a crise econômica
A “Rede da Legalidade” promoveu na manhã desta quinta-feira (02) uma live que contou com a presença do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT) e do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que debateram a situação política do Brasil e do Rio de Janeiro com os pré-candidatos à prefeitura da capital fluminense com Brizola Neto (PCdoB) e Marta Rocha (PDT).
Ciro Gomes avaliou que a pandemia do coronavírus está fora de controle. Ele imputou a responsabilidade pela tragédia sanitária, que já matou mais de 60 mil pessoas, ao poder executivo que se confrontou com a ciência e entrou num “negacionismo absurdo”. Ciro fez também menção à gravidade da crise econômica, aprofundada pela pandemia. O déficit público vai chegar a R$ 900 bilhões este ano e a capacidade de fazer investimento público, “que já era quase zero, agora não vai ter dinheiro nem para pagar as contas”.
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Ciro falou também da emergência da necessidade de proteção da democracia. “Pela primeira vez desde que 64 foi desmoralizado pela reconstitucionalização generosa do Brasil na Constituição de 1988, pela ascendência de Tancredo Neves e um grande entendimento de diferentes no Brasil, pela primeira vez volta ao debate no país a questão das liberdades com um presidente que vai para a frente de um quartel se solidarizar com pessoas que pregam a volta do AI-5”, lembrou.
O governador Flávio Dino apontou o que, para ele, funcionou e o que não funcionou na pandemia. A primeira coisa que funcionou foi o SUS, que diziam que não funcionava. “Se não fosse a existência do SUS, talvez, milhões de brasileiros morreriam por falta de atendimento médico”, sentenciou.
A outra coisa que funcionou, na opinião de Flávio Dino foi a Federação. “Quando faltou a coordenação do Executivo federal, os governadores atenderam às necessidades da população”, disse ele. O Congresso legislou a favor do povo e o Poder Judiciário foi decisivo para delimitar as responsabilidades e livrar as mãos dos governadores e prefeitos”, prosseguiu.
O governador maranhense destacou que o complexo industrial da saúde não funcionou e o país mostrou o grau de dependência em relação a equipamentos, insumos e medicamentos. Dino acrescentou que a proteção da economia não funcionou. “Pequenas empresas não tiveram acesso aos créditos”, denunciou.
Flávio Dino fez duras críticas à ideia de Estado mínimo. “Agora não é mais crédito que precisa. Agora é recursos na conta das pequenas empresas para evitar milhões de empregos”, apontou. “De onde sai o dinheiro de onde sempre saiu do BC e do Tesouro?” indagou. “De onde sempre saiu, do Tesouro e do Banco Central”, respondeu o próprio governador. “Quando é para a guerra ninguém pergunta de onde vem o dinheiro, mas quando é para salvar vidas, querem saber de onde vem o dinheiro”, acrescentou.
A deputada Marta Rocha destacou o desapreço do governo Bolsonaro pela natureza humana. “Não há empatia com o povo e suas necessidades”, observou. Ela lembrou que desde dia 16 de março o estado do Rio iniciou as medidas de distanciamento social. A deputada e pré candidata do PDT à Prefeitura denunciou que que o crédito não chegou ao pequeno empreendedor que é o que marca a economia do Rio. Marta afirmou que se a corrupção já é um escândalo, a corrupção na pandemia, para ela, “é um crime hediondo.”
Brizola Neto chamou a atenção para o encontro entre Flávio Dino e Ciro Gomes. Para ele, os dois representam um novo caminho para o campo progressista. Brizola Neto elogiou a forma como Flávio Dino vem conduzindo a luta contra a Covid no Maranhão. “Tanto na questão sanitária como na questão econômica”, afirmou.
“Quando trabalhistas e comunistas se unem, o povo agradece”, destacou o pré-candidato à prefeitura pelo PCdoB.
Ele criticou a forma como as coisas estão sendo conduzidas no Rio em relação à pandemia. “Não se faz a busca ativa de casos para fazer o isolamento. Não vai ter saída econômica sem resolver o controle da crise sanitária”, afirmou Brizola Neto.