“Cala a boca ‘Magda das milícias’! ‘não existe fome no Brasil’, ‘vai privilegiar o filho’, chama de ‘Paraíba’ toda uma região com mais 30 milhões de habitantes, ataca um dos melhores governadores e, irresponsavelmente, determina perseguição ao povo de um Estado…”, escreveu o ex-governador Ciro Gomes, no sábado, em sua rede social.
As críticas do ex-governador do Ceará a Bolsonaro foram dirigidas à fala preconceituosa do presidente contra nordestinos, captada inadvertidamente pela TV Brasil na reunião com jornalistas estrangeiros, na sexta-feira (19).
Sem saber que estava sendo ouvido, Bolsonaro disse a Onyx Lorenzoni: “daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão; tem que ter nada para esse cara”.
Ao comparar Bolsonaro com a personagem imbecilizada, “Magda”, do “Sai de Baixo”, da Rede Globo, Ciro se referia também ao que disse Bolsonaro sobre a fome e o cargo que pretende dar ao filho. Bolsonaro havia dito na véspera que é “mentira de populistas dizer que há fome no Brasil”. Disse também que vai beneficiar sim o seu filho com o cargo de embaixador nos EUA.
“Lógico, que é filho meu, pretendo beneficiar filho meu, sim. Pretendo, se puder, dar filé mignon, eu dou, mas não tem nada a ver com filé mignon, nada a ver, é realmente, nós aprofundarmos um relacionamento com um país que é a maior potência econômica e militar do mundo”, afirmou Bolsonaro, em vídeo postado pela presidência.
Não era bem isso
No sábado (20), depois do estrago, Bolsonaro tentou consertar o que se ouviu dele sobre os nordestinos. Inventou uma desculpa aos jornalistas, na frente do Palácio do Alvorada, de que não era bem isso o que ele queria dizer. “Eu falava dos governadores”, jurou.
“Vivem me esculhambando”, disse Bolsonaro, sobre os governadores do Nordeste. Não colou. Aí, ele atacou a imprensa, dizendo que ela deturpou o que ele queria dizer. “Vocês da imprensa fazem um barulho danado por causa de 30 segundos”, reclamou.
Flávio Dino
O governador Flávio Dino também repudiou as falas preconceituosas de Bolsonaro. “Independentemente de suas opiniões pessoais, o presidente da República não pode determinar perseguição contra um ente da Federação”, publicou Flávio Dino em seu Twitter.
“Seja o Maranhão ou a Paraíba ou qualquer outro Estado. ‘Não tem que ter nada para esse cara’ é uma orientação administrativa gravemente ilegal”, afirmou.
Dino avalia processar Bolsonaro por racismo.
Triste Brasil onde um capitão desequilibrado, enganador, fascista, mentiroso e trapalhão, pisando no seu próprio calo vergonhosamente e sem rumo, não sabe onde chegar.