A CNN afirmou que “pelo menos um” dos presos pelo assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise era “informante da agência antidrogas norte-americana DEA” e acrescentou que há também “informantes do FBI” envolvidos no crime.
A CNN observou que os “investigadores dos EUA”, enviados ao Haiti pelo governo Biden, estão “lutando com um número crescente de vínculos da Flórida com o suposto esquadrão da morte”.
O assassinato de Moise dentro de sua mansão chocou o mundo e agravou a crise no Haiti, um dos países mais pobres do mundo.
Segundo a polícia haitiana, pelo menos 28 pessoas participaram do ataque. A maior parte ex-militares colombianos, que se tornaram milícias de aluguel e mataram por encomenda de uma empresa de segurança com sede na Flórida, a CTU Security. Os três cidadãos norte-americanos de ascendência haitiana capturados também viviam na Flórida.
Em resposta à CNN, em comunicado a DEA declarou que pelo menos um dos homens presos em conexão com o assassinato pelas autoridades haitianas trabalhara anteriormente como informante para a Agência Antidrogas dos Estados Unidos.
“Às vezes, um dos suspeitos do assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise era uma fonte confidencial da DEA”, disse a DEA.
Ainda segundo o comunicado, “após o assassinato do presidente Moise, o suspeito procurou seus contatos na DEA”.
A DEA assevera que um funcionário seu designado ao Haiti “instou o suspeito a se entregar às autoridades locais e, junto com um funcionário do Departamento de Estado dos EUA, forneceu informações ao governo haitiano que ajudaram na entrega e prisão do suspeito e de outro indivíduo”.
A DEA acrescentou ter conhecimento de relatos de que alguns assassinos gritaram “DEA” no momento do ataque. Acrescentando a seguir que nenhum dos agressores estava “operando em nome da agência”.
Outros suspeitos “também tinham ligações com os Estados Unidos, incluindo trabalhar como informantes para o FBI”, disseram à CNN pessoas informadas sobre o assunto.
Em resposta à reportagem da CNN, o FBI apenas disse que usa “fontes legais para coletar inteligência” como parte de suas investigações e “não comenta sobre informantes”. Como se dizia antigamente, para bom entendedor, pingo é letra.
Na segunda-feira, retornou do Haiti a delegação enviada pelo governo Biden, que incluía integrantes do Departamento de Estado, do Departamento de Justiça e do Departamento de Segurança Interna (‘Homeland’).
Biden disse que estava “acompanhando de perto os acontecimentos no Haiti” e que os Estados Unidos estavam “prontos para continuar a fornecer assistência”.
PARCIALMENTE TRAMADA NOS EUA?
Segundo a CNN, “o número crescente de conexões da Flórida com a trama parece retratar uma operação pelo menos parcialmente planejada nos Estados Unidos”. Três cidadãos americanos foram presos no Haiti por seu suposto envolvimento, de acordo com o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
O Departamento de Justiça norte-americano achou por bem dizer que iria “investigar se houve alguma violação da lei criminal dos EUA” em conexão com o assassinato. O comunicado acrescentou que altos funcionários realizaram uma avaliação inicial e o departamento continuaria ajudando as autoridades haitianas a investigar “os fatos e circunstâncias que cercam este ataque hediondo”.