Pouco antes do Ministério da Saúde confirmar a morte de 8.536 pessoas em decorrência do novo coronavírus nesta quarta-feira (6), o ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu que o “lockdown” (bloqueio total) pode ser necessário em algumas situações.
O Brasil registrou 615 mortes decorrentes do novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo atualização feita pelo Ministério da Saúde. O número superou o recorde de 600 mortes em um dia, que foi registrado ontem, e o total oficial de vítimas do novo coronavírus no Brasil subiu de 7.921 para 8.536.
O número oficial de casos confirmados da Covid-19 no País passou de 114.715 para 125.218, sendo 10.503 novos casos registrados desde o balanço de ontem.
“Vai ter lugar em que o lockdown é necessário, vai ter lugar em que eu vou poder pensar em flexibilização. O que eu preciso é que a gente pare de tratar isso de uma forma radical, até pra que a gente tenha a tranquilidade de poder implementar as medidas em cada lugar do país onde a melhor coisa vai ser feita naquela situação”, disse o ministro da Saúde.
Teich voltou a dizer que sua gestão no ministério está “desenhando” cenários, trabalhando para melhorar o recebimento de dados junto aos hospitais e tentando entender o “nível de incerteza” nos dados de óbitos e casos.
O ministro disse que a meta é “flexibilizar o dia a dia das pessoas”, mas que as medidas dependem dos dados sobre a preparação do sistema de saúde e da curva de mortes em cada local.
“Quando a gente fala em isolamento, distanciamento, existem vários níveis. O importante é que não há defesa de isolamento ou não isolamento, você vai ter vários níveis de medidas. Desde as mais simples, como distanciamento pequeno, até o lockdown. Cada local terá sua necessidade. O importante é que a gente vai mapear. Você cria uma matriz, com casos novos, infraestrutura, evolução e vê em que esta região está. Não é ser contra ou a favor, é ver o que é certo. Vai ter lugar com lockdown, vai ter lugar que não terá”, afirmou o ministro.
O ministro disse que não é a favor ou contra o lockdown. “Se você tiver uma situação onde tem alta incidência da doença, infraestrutura baixa, vê a doença crescendo, você vai buscar distanciamento cada vez mais. Este é o extremo da gravidade da situação. É importante que a gente discuta as estratégicas de acordo com a situação de cada lugar, para que não se generalize o lockdown”, disse.
Teich disse ainda que o “ideal mesmo” seria o Brasil ter capacidade para realizar testagem e monitoramento amplo da sociedade para não ter que adotar “medidas mais radicais do que precisaria”.