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Cidade está há 14 dias sem intubar pacientes com coronavírus
A cidade de Serrana, no interior de São Paulo, completou duas semanas sem intubar novos pacientes nas unidades de saúde. O município participa do ‘Projeto S’ do Instituto Butantan, que analisa o resultado da vacinação contra a Covid-19 com a CoronaVac na população adulta. A cidade foi a primeira do país a iniciar a imunização em massa.
“Vimos diminuição na lotação da UPA e da Santa Casa da cidade, o fluxo de casos graves diminuiu bastante e desde o dia 28 de março não precisamos intubar pacientes de Covid-19”, afirmou o prefeito Leo Capitelli (MDB).
Ao todo, 27.160 dos cerca de 45 mil habitantes da cidade foram vacinados com a segunda dose da Coronavac. Os resultados do estudo só começarão a ser divulgados a partir de maio pelo Instituto Butantan.
Outro indicativo de melhora foi a redução, na última semana, do número de atendimentos na UPA para covid-19 ou síndrome gripal, queda de aproximadamente 67%, em comparação com a média das semanas do mês de março. “Tínhamos em torno de 80 a 90 atendimentos por dia na UPA. Nesta semana, passou para, em média, 30 por dia”, contou Glenda Moraes, chefe da Vigilância Epidemiológica cidade.
Apesar dos indícios positivos, o prefeito de Serrana destaca que é preciso aguardar mais tempo para relacionar os números com a vacinação, entretanto ele tem boas expectativas que os resultados positivos do Projeto S contribuam para a flexibilização das regras de circulação. “Ainda é cedo para fazer correlação com a vacinação, mas já estamos vendo resultados”.
Do total de 27.150 voluntários imunizados com as duas doses da vacina CoronaVac na cidade, um morreu em decorrência do novo coronavírus. Isso indica um índice de mortalidade pela pandemia em vacinados de 0,004%.
Quando analisados também os voluntários que tomaram apenas uma dose da vacina, o número de óbitos sobe para seis, ou seja, cinco pessoas morreram após terem tomado apenas uma dose da CoronaVac e uma pessoa morreu após ter tomado as duas doses.
De acordo com o diretor de ensaios clínicos do Instituto Butantan, Ricardo Palacios “Possivelmente, no momento de tomar a segunda dose, a pessoa já estava com a infecção”.
Segundo o Butantan, para que a imunidade esteja completa é necessário aguardar pelo menos duas semanas depois de receber a segunda dose da vacina. Por isso, somente após esse prazo será possível observar os resultados preliminares do projeto.
Ricardo Palacios afirmou que a campanha de vacinação em Serrana será uma prova de fogo para conhecer a eficácia da CoronaVac contra a variante brasileira da Covid-19.
“Nesta semana tivemos resultados de grupo de pesquisadores que dizem que a resposta [à nova variante] pode ser muito favorável. Mas Serrana vai ser realmente a prova de fogo se dará para saber se, em meio a esses casos de P1 que ocorrem em toda a região, se conseguimos com a vacinação controlar a variante.”
Em 12 de fevereiro, cinco dias antes do início do projeto do Butantan, a cidade do interior tinha 2.470 casos da doença, com 57 óbitos. Na última quinta, chegou a 3.557 casos do novo coronavírus, com 80 óbitos.
Capitelli projeta a retomada econômica, social e educacional da cidade. “Muitos entes queridos se foram com esse inimigo invisível que é a Covid-19. Hoje temos a oportunidade de combater esse inimigo e vencer essa guerra. Os números apresentados em Serrana nos dão esperança de que temos sim condições de vencer essa guerra”, disse o prefeito.
O prefeito afirmou que a cidade será dividida em antes e após o projeto do Butantan e que agora o objetivo será tratar com o governo do estado para que Serrana seja exemplo de retomada econômica, social e educacional. “E exemplo para o Brasil e o mundo no combate à Covid-19.”