O jornalista Alex Solnik, do portal Brasil247, faz uma avaliação de que com os 10 votos da bancada do Psol a frente ampla barra a tentativa de Bolsonaro de anexar a Câmara dos Deputados já no primeiro turno. Em caso de 2º turno, Planalto deverá jogar pesado para reverter os votos
A frente ampla formada para derrotar o candidato de Bolsonaro para a presidência da Câmara Federal reúne 11 partidos. A chapa de Arthur Lira, que representa os interesses antidemocráticos e a sanha golpista do Planalto, reúne seis partidos. Há ainda no pleito a pretensão de parte do Psol de ficar de fora da frente ampla e lançar uma chapa isolada para a disputa.
A soma de votos que estão na frente ampla, formada pelos 11 partidos, é de 249 votos: 54 (PT), 35 (MDB), 31 (PSDB), 31 (PSB), 28 (DEM), 28 (PDT), 20 (dos 41 do PSL), 9 (PCdoB), 8 (Cidadania), 4 (PV) e 1 (Rede). Enquanto a soma dos votos dos seis partidos que estão com o golpismo bolsonarista é de 175: 41 (PL), 40 (PP), 33 (PSD), 32 (Republicanos), 21 (metade do PSL) e 8 (Avante).
Para ganhar no primeiro turno são necessários 257 votos. O Psol tem dez votos e está dividido entre participar da frente e ajudar a derrotar Bolsonaro, posição defendida pela ex-líder do partido na Câmara (saiu para disputar a prefeitura de Porto Alegre) e a rejeição a participar da frente ampla no primeiro turno, posição defendida por Guilherme Boulos.
Se conseguir ir para o segundo turno, o Planalto deverá jogar pesado para reverter os votos perdidos no primeiro. Ele já vem usando a máquina do governo para aliciar votos na chapa de seu candidato. Faltam apenas oito votos para que a frente democrática vença no primeiro turno.
Por isso, o grande esforço da frente ampla é conseguir os 8 votos que faltam para vencer já no primeiro turno e afastar de vez qualquer possibilidade de Bolsonaro conseguir anexar a Câmara Federal ao seus planos fascistas.
Rodrigo Maia inovou. Em vez de apresentar um candidato à sua sucessão e articular adesão dos partidos, ele primeiramente uniu onze partidos – da centro-direita à esquerda – em torno de uma agenda básica: derrotar o autoritarismo e o retrocesso representados pelo candidato bolsonarista, Arthur Lira.
Está nas mãos do Psol, portanto, que tem uma bancada de dez deputados, a possibilidade da frente enterrar de vez os planos antidemocráticos de Bolsonaro já no primeiro turno da eleição. O país está com uma boa a chance de impor uma derrota política significativa ao bolsonarismo.