O Movimento Estadual dos Moradores em Situação de Rua afirmou que sete moradores de rua morreram na cidade de São Paulo entre a terça (29) e quarta-feira (30). Segundo o movimento, quatro dessas mortes ocorreram na madrugada de quarta, a mais fria dos últimos cinco anos. Os termômetros chegaram a 6º C na capital paulista.
Ainda de acordo com o movimento, três dos moradores estavam na Praça da Sé, um na Baixada do Glicério, um próximo ao Metrô Tiradentes, na região central da cidade, e dois na Barra Funda, na Zona Oeste.
São Paulo teve de terça para quarta-feira sua madrugada mais fria dos últimos cinco anos, chegando a registrar 6ºC às 4h no Mirante de Santana, na Zona Norte da cidade, onde é feita a medição oficial do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Já o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) apontou que a temperatura na última madrugada foi ainda mais baixa em outras regiões da cidade, especialmente as mais periféricas.
A expectativa é de que a madrugada de quinta-feira repita as baixas temperaturas, novamente girando em torno de 6ºC.
O Padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, a polícia investiga a morte de um morador de rua, que foi encontrado morto na região da Sé, sem sinais de violência, na madrugada desta quarta.
A causa do óbito ainda está sendo apurada, mas, de acordo com o padre, embora o exame não constasse sinais de hipotermia, havia outras doenças que podem levar à morte em função do frio, como pneumonia e parada cardíaca.
Padre Júlio também afirma que o número de pessoas que seguem nas ruas e resiste aos abrigos é alarmante e indica que o modelo de acolhimento da gestão atual não atende a essa população.
Em 2020, uma moradora de rua foi encontrada morta na Praça da Sé após a madrugada mais fria do ano passado. Em 2019, dois moradores de rua também morreram em uma madrugada de frio e chuva.