
Senadores repercutem carta divulgada, na quinta-feira (9), por Bolsonaro após manifestações em 7 de setembro. Líderes não pouparam críticas ao presidente da República
Para o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), Bolsonaro “é o barril de pólvora que está implodindo o País”. Ele disse ainda que o presidente da República é um “fabricador de crises, viúvo da ditadura, péssimo governante, tiranete desequilibrado.”
“Sua nota de hoje [carta divulgada nesta quinta-feira] é mais uma vergonha para a República. Impeachment para esse terrorista! Bolsonaro é um típico covarde manipulador”, criticou.
“Faz da ameaça um método de governabilidade para conseguir o que quer. E tem funcionado! Avança e recua, afrouxando todos os limites do Estado Democrático de Direito. É só aguardar o próximo ataque: ele virá!”, acrescentou.
“RESPEITO ENTRE OS PODERES”
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-ES), defendeu, na quinta-feira (9), pelo Twitter, “respeito entre os Poderes, obediência à Constituição e compromisso árduo no trabalho em favor do desenvolvimento do País”. Ele ressaltou que “é disso que o País precisa”.
Pacheco publicou estas declarações após Bolsonaro divulgar carta em que afirmou não ter tido “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos poderes” durante as manifestações em que participou no dia 7 de setembro e que as “palavras [dele], por vezes contundentes, decorreram do calor do momento”.
A mensagem de Bolsonaro repercutiu entre os senadores, que também se manifestaram nas redes sociais.
“SÓ HÁ UMA SAÍDA SEGURA”
“Quantas horas vai durar o espírito pacífico e respeitador das leis de Bolsonaro? Talvez até a próxima live. Quem acredita nas intenções democráticas de Bolsonaro? Para a situação do Brasil só há uma saída segura: o impeachment do presidente”, publicou o senador Humberto Costa (PT-PE).
O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) avaliou que a reação de Bolsonaro após os protestos já era esperada. “Recuo previsto, acontece”, publicou o parlamentar.
MICHEL TEMER
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) também fez críticas à carta de Bolsonaro e à notícia de que o documento teria sido escrito sob orientação do ex-presidente Michel Temer.
“Li a cartinha do Temer que o Bolsonaro assinou. Será que agora o Temer passa a governar também? Será que vai redigir cartinha explicando mansões e rachadinhas? Vai vendo, Brasil. Quem votou ‘para mudar tudo isso aí’ faz o quê? Espera cartinha para baixar o preço da gasolina? Desenhando para inocentes apaixonados.”
“Bolsonaro é só mais uma peça no sistema, preocupado em esconder rachadinhas, mansões e incompetência. E o sistema adora presidentes fracos. Facilita demais o acesso a cargos, grana e impunidade. Basta ler a sequência de notinhas ensaiadas”, criticou.
CRIMES DE RESPONSABILIDADE
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), por sua vez, disse que Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade e não pode ficar impune.
“Até o golpista Temer aconselhou o Bolsonaro a recuar da brava autoritária. As instituições precisam permanecer vigilantes aos arroubos antidemocráticos de Bolsonaro, que não irão parar. Os crimes de responsabilidade já cometidos não podem passar impunes!”, botou o dedo na ferida.
DESCONFIANÇA
Presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM) também se manifestou pelo Twitter.
“O dia 9 de setembro é histórico. Dia em que Bolsonaro fez autocrítica sobre a China. E dia em que ele recuou na tensão com outros Poderes. Se for ato genuíno, é louvável. Se for jogada para liberação dos recursos de precatórios para programas eleitoreiros em 2022, é lastimável. Estaremos alerta!”.
M. V.