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Otávio Oscar Fakhoury se retratou publicamente por causa de post no Twitter, com conteúdo homofóbico, direcionado contra o senador do Espírito Santo
Logo no início da reunião, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) divulgou, durante a reunião da CPI da Covid-19 no Senado, na manhã desta quinta-feira (30), postagem com conteúdo homofóbico no Twitter do empresário Otávio Oscar Fakhoury, depoente do dia.
Contarato, que foi convidado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), a assumir o cargo provisoriamente, proferiu discurso veemente e emocionado sobre o tema e o autor da postagem.
Ao final, o senador, não só exigiu respeito, mas comunicou ao empresário bolsonarista, acusado de financiar canais de desinformação, conhecidos por disseminar notícias falsas, que ele vai ser indiciado por crime de homofobia, que é penalmente inafiançável.
A indignação do senador, homossexual assumido, conforme a legislação em vigor, que é casado e pai, foi acompanhado por outros senadores, a começar pelo próprio Omar Aziz.
O senador governista Marcos do Val (Podemos-ES) disse que Contarato não “está sozinho”. “Nós, senadores, estamos com você nessa luta”, acrescentou. “Eu tenho vergonha de ter pessoas como você como brasileiro”, disse Marcos do Val para Fakhoury.
O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerada crime.
DESCULPAS
Contarato ainda citou Martin Luther King e lembrou da mãe dele, “que me ensinou a respeitar as pessoas”. “Fico imaginando qual a imagem que o senhor vai passar para os seus filhos… Porque isso vai ficar registrado ad infinitum.”
“O senhor deve desculpas não só a mim, mas a toda população LGBTQIA+”, disse o senador do Espírito Santo.
BRINCADEIRA
O empresário bolsonarista, diante da reação quase unânime a favor do senador, se retratou publicamente, afirmando que a postagem não passou de uma “brincadeira de mal gosto”.
“Peço desculpas. Como bom cristão, reconheço o erro e peço perdão”, disse Fakhoury à CPI.
HABEAS CORPUS
Otávio Fakhoury tem decisão do STF que lhe garante o direito de ficar em silêncio, em caso de possível autoincriminação.
Concedido pelo ministro Dias Toffoli, o habeas corpus também impede que o depoente seja submetido a medida privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
M. V.