O corregedor da Câmara dos Deputados, deputado Paulo Bengtson (PTB-PA), entregou, nesta quinta-feira, 1º, parecer favorável à continuidade do processo disciplinar que pode levar à cassação do mandato da deputada Flordelis, acusada de matar o marido. O documento foi entregue na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O relatório do corregedor recomenda o envio do processo de Flordelis para o Conselho de Ética. No parecer, ele diz que a denúncia contra Flordelis é grave e “revela fatos potencialmente danosos à imagem do Poder Legislativo e dos seus membros”.
No texto, Paulo Bengston diz que as investigações do assassinato do marido da deputada “estão alicerçadas em conjunto probatório vigoroso, coeso, harmônico” que indica a participação de Flordelis no caso, em especial nos atos posteriores à morte do pastor.
Paulo Bengtson afirma haver “evidente nexo causal com a quebra de decoro parlamentar” nos fatos relatados na representação contra Flordelis.
O caso foi analisado pelo corregedor após representação feita no fim de agosto pelo deputado Léo Motta (PSL-MG) contra a deputada, acusada de quebra de decoro parlamentar.
“Tivemos ali no depoimento que ela nos fez, fizemos dez perguntas, ela explicou, falou direitinho, mas não trouxe as provas daquilo que falou. Para mim, fica muito difícil não dar continuidade a um processo, já que tem a ausência de provas contrárias à acusação”, disse Paulo Bengston após entregar o parecer a Maia.
Léo Motta apresentou a denúncia após o Ministério Público apontar Flordelis como mandante do crime e os filhos dela terem se tornado réus no processo que apura o assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo.
Flordelis foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, mas não pôde ser presa por ter imunidade parlamentar – quando somente flagrantes de crimes inafiançáveis são passíveis de prisão.
Segundo o relatório da corregedoria, “os fatos descritos no Requerimento de Representação e no Inquérito Policial que o instrui constituem indícios suficientes de irregularidades ou de infrações às normas de decoro e ética parlamentar”.
Agora, a Mesa Diretora da Câmara analisará o relatório e decidirá se envia o caso para o Conselho de Ética da Casa, que está parado desde março, devido à pandemia do coronavírus.
Para voltar a funcionar, o Conselho de Ética depende que um projeto seja aprovado em plenário.
Por determinação da justiça, Flordelis está sendo monitorada por tornozeleira eletrônica e deve ficar em dentro de sua casa das 23h às 6h.
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