“Já disse para ele que é uma boa ideia e o chamei para vir dialogar, conversar comigo na semana que vem na Prefeitura de São Paulo para ver se a gente consegue essa iniciativa na cidade sem depender de uma legislação federal”, relatou
O candidato à reeleição a prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), declarou que continuará a combater o racismo e que apoia o projeto 5160/2020 do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) que pune empresas por crimes racistas em seus estabelecimentos.
“Em primeiro lugar, reconhecer a existência do racismo. Infelizmente, a gente vê algumas personalidades políticas refutando a existência do racismo. Ele existe, é um desafio a ser enfrentado”, disse o prefeito, em referência ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), que disse não existir racismo no Brasil.
“Recentemente, o deputado Orlando Silva, que também disputou a eleição no primeiro turno, lançou a ideia de cassar alvará para estabelecimentos que têm racismo”.
“Já disse para ele que é uma boa ideia e o chamei para vir dialogar, conversar comigo na semana que vem na Prefeitura de São Paulo para ver se a gente consegue essa iniciativa na cidade sem depender de uma legislação federal”, relatou.
Covas garantiu que a medida vai ser implementada. “Nós vamos adotar. Eu vou estudar de que forma vai ser adotado, vamos classificar isso. Vamos discutir o texto. Provavelmente na semana que vem a gente deve se reunir com o deputado Orlando Silva e já encaminhar um projeto à Câmara Municipal”.
O candidato disse ainda que a pandemia do coronavírus atingiu mais a população negra de São Paulo. “Aliás, a própria pandemia do coronavírus jogou luz a essa desigualdade na cidade de São Paulo. Os dados da Prefeitura mostram que o coronavírus afetou mais a população preta e parda aqui da cidade do que a população branca”, afirmou.
“Acho que é ampliando espaços, corrigindo distorções, criando oportunidades, estabelecendo políticas afirmativas através do sistema de cotas. Acho que é uma série de medidas para que a gente possa combater o racismo e dar à população as mesmas condições de disputa para entrar no mercado de trabalho”, continuou Bruno Covas.
Ele comentou que durante sua gestão fez um “decreto que instituiu uma política de combate ao racismo estrutural dentro da Prefeitura”, ampliou “a quantidade de centros de igualdade racial, demos nomes de 12 personalidades negras, seis homens e seis mulheres, a 12 CEUs (Centros Educacionais Unificados) que inauguramos”.
“A cidade, nessa nossa gestão, passou a ter um currículo nas escolas sobre o combate ao racismo como um dos itens do nosso currículo”, prosseguiu.
Sua gestão também proibiu a utilização do ‘mata leão’ pela Guarda Civil Metropolitana. Essa medida foi tomada depois que George Floyd, um negro estadunidense, foi morto pela polícia em Mineápolis.
“A Prefeitura preenche a legislação no que diz respeito à quantidade de cargos de confiança preenchidos por pretos e pardos, mas ainda precisamos avançar”.
“Por não sofrer na pele, confesso que estou aprendendo. Eu nunca tive que explicar pro meu filho o porquê que eu sou parado quando entro em um supermercado, quando entro em um shopping center por um segurança por conta da minha pele”, comentou o prefeito.