A participação das mulheres no mercado de trabalho tem se dado de forma precária, segundo dados do IBGE e análise do diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio.
Embora tenha existido um crescimento maior delas do que dos homens na participação no mercado de trabalho, elas ainda são a maior parte dos desempregados do país em todas as regiões, sendo 51% do total de desocupados neste 2º trimestre de 2018. Se considerarmos todo o percentual de desocupados (taxa que não inclui as pessoas que pararam de procurar emprego, ainda que não tenham nenhum), são 14,2% das mulheres sem emprego.
“A participação das mulheres neste momento, crescendo mais do que a dos homens, se deve fundamentalmente ao desemprego de longa duração, estrutural, que tem criado vários obstáculos à inserção no mercado de trabalho”, explica Clemente. “Essa entrada tem se dado para suprir a ausência de renda da família e a mulher vem para o mercado de trabalho tendo ocupações extremamente precárias”, afirma.
Vale ressaltar também que, considerando toda a força de trabalho nacional, as mulheres também são maioria, com 52,4% daqueles em idade de trabalhar.
De acordo com o diretor técnico, as mulheres acabam fazendo atividades precárias como subempregos, atividades autônomas, trabalho doméstico ou servente e auxiliar. “É essa característica que tem predominado nesse cenário de crise, principalmente pela exigência da renda familiar”, garante.