Concentrados na Praça da Revolução, centenas de milhares de cubanos desfilaram neste 1º de Maio em Havana, denunciando a agressão e ingerência de Trump, que ameaçou a ilha caribenha com um “embargo total”.
“Daremos contundente, firme e revolucionária resposta às declarações carregadas de ameaças, provocações, mentiras e calúnias do império ianque. Cuba reafirma que somos livres, soberanos, independentes e socialistas”, sublinhou o presidente Miguel Díaz-Canel, antes da manifestação, por meio do twitter.
A marcha cubana também ressaltou o apoio aos venezuelanos contra a fracassada tentativa de golpe apoiado por Washington e em solidariedade na defesa da soberania do país latino-americano.
O presidente cubano ressaltou que seu povo “rechaça energicamente a ameaça de bloqueio total e completo” feita por Trump, caso a ilha não pare de apoiar o povo venezuelano. “Não há operações militares nem tropas cubanas na Venezuela”. “Fazemos um chamado à comunidade internacional para deter a perigosa escalada agressiva e preservar a paz. Basta de mentiras”, frisou.
Sob o lema “unidade, compromisso e vitória”, a marcha iniciou às 7 horas da manhã com a reprodução de um discurso do comandante Fidel Castro, a presença de Díaz-Canel, do primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista (PCC), Raúl Castro, do presidente da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), Ulises Guilarte de Nacimiento, e de mais de 1.400 “amigos de Cuba”, de 102 países e 140 organizações sindicais e solidárias com a revolução.
Com a mesma determinação da capital, erguendo faixas e cartazes respaldando o as conquistas de Cuba e condenando a prepotência imperial, os cubanos tomaram as ruas de Santiago de Cuba, Camaguey, Cienfuegos, Matanzas, Pinar del Rio, Sancti Spíritus e as principais cidades do país.
A parte do discurso de Fidel resgatada nesta quarta-feira do 1º de maio de 2000 afirma: “A revolução é um sentimento do momento histórico; está mudando tudo o que deve ser mudado; é plena igualdade e liberdade; é para ser tratado e tratar os outros como seres humanos; está emancipando a nós mesmos e a nossos próprios esforços; é desafiar poderosas forças dominantes dentro e fora da esfera social e nacional; é defender os valores nos quais se crê ao preço de qualquer sacrifício; é modéstia, desinteresse, altruísmo, solidariedade e heroísmo; é lutar com audácia, inteligência e realismo; nunca mentir ou violar princípios éticos. É uma profunda convicção de que não há força no mundo capaz de esmagar a força da verdade e das ideias. Revolução é unidade, é independência, luta pelos nossos sonhos de justiça para Cuba e para o mundo, que é a base do nosso patriotismo, do nosso socialismo e do nosso internacionalismo ”.
Sucessivos governos dos Estados Unidos mantêm um criminoso bloqueio econômico contra Cuba desde 1962, o que será escalado a partir desta quinta-feira, quando entra em vigor o capítulo três da lei Helms-Burton, que permite a estadunidenses e cubanos migrantes reivindicar nos tribunais dos EUA indenizações por propriedades nacionalizadas na ilha durante a década de 60.