Cesta subiu em 10 de 17 capitais pesquisadas em fevereiro
O preço do conjunto de alimentos essenciais que compõe a cesta básica subiu em 10 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em fevereiro, segundo nota divulgada no dia 5 de março.
As altas mais expressivas foram observadas especialmente nas cidades do Nordeste e Norte, como Fortaleza (+6,83%), Recife (+6,15%), Salvador (+5,05%), Natal (+4,27%) e Belém (+4,18%).
As cestas mais caras do país foram registradas em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde a cesta custava em fevereiro, respectivamente, R$ 519,76 e R$ 505,55.
Em fevereiro de 2020, o custo da cesta em São Paulo comprometeu 54,06% do salário mínimo líquido, após os descontos previdenciários, diz o Dieese.
Com o aumento de apenas R$ 6,00 sobre o salário mínimo de janeiro, chegando a R$ 1.045, o Dieese calcula que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu 46,91% do seu salário liquido (descontada a Previdência) para adquirir os produtos da cesta básica. Nesta conta, ainda falta incluir os gastos com aluguel, água e luz, gás, medicamentos e outras despesas.
De acordo com o Dieese, o salário mínimo necessário para manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.366,51, ou seja, 4,18 vezes o mínimo.
Consumo em queda
A fatia do Produto Interno Bruto (PIB) formada pelo consumo das famílias foi o menor dos últimos três anos em 2019. O grosso do consumo está nas vendas de alimentos e produtos do dia-a-dia, que se mede pelo desempenho de vendas em supermercados. A disparada dos preços dos alimentos – vide a inflação da carne que subiu a ponto de inviabilizar o consumo na reta final de 2019 – foi fator de derrubada do consumo. No ano passado, a variação nos preços da carne bovina foi de + 32,4%, sentindo o impacto da política de exportação sem reservas para o consumo interno.
A ocupação e a renda não acompanharam a alta de preços. De acordo com o IBGE, o rendimento médio dos brasileiros está estagnado desde o final de 2017, enquanto a inflação cresce.