
O deputado federal Bibo Nunes (PL-RS) comemorou a vitória do filme “Ainda Estou Aqui” no Oscar e, depois, excluiu a publicação e passou a escrever a favor da anistia dos criminosos que atacaram Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.
Ele escreveu que “a vitória do filme faz com que nós brasileiros voltemos a sentir orgulho do nosso país”.
Os bolsonaristas passaram a atacar o deputado, que também apoia o ex-presidente, por conta da mensagem.
Bibo Nunes excluiu a publicação pouco depois. Nunes disse que se irritou com “pessoas interpretando com muito radicalismo” o elogio feito ao filme que denuncia as violências da ditadura militar, que até hoje é apoiada por Jair Bolsonaro.
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, venceu o como Melhor Filme Internacional no Oscar, sendo o primeiro filme brasileiro a receber o prêmio. O filme conta a luta da família do deputado Rubens Paiva, que foi assassinado pela ditadura militar em 1971.
A maior parte do campo bolsonarista estava torcendo contra e não se manifestou sobre a vitória do filme no Oscar, buscando ignorar o prêmio.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que vai analisar o caso do assassinato de Rubens Paiva e de mais duas pessoas pela ditadura. Os ministros entendem que o sequestro, assassinato e ocultação de cadáver configuram grave violação dos direitos humanos e não são crimes que fazem parte da Anistia de 1979.
Como relata o filme Ainda Estou Aqui, agentes da ditadura foram à casa de Rubens Paiva, no Rio de Janeiro, e o prenderam sem qualquer mandado.
Paiva foi interrogado e torturado no quartel do comando da 3ª Zona Aérea e no DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão do Exército, onde morreu.
Seu corpo foi enterrado, como forma de escondê-lo, em um local no Alto da Boa Vista e, mais tarde, levado para a praia do Recreio dos Bandeirantes. Seus ossos foram, mais tarde, lançados no mar pelos militares.