O deputado federal Aliel Machado (PSB/PR) afirmou na terça-feira (2) que a reforma da Previdência é mais um engodo, que, como a reforma trabalhista, está sendo colocada como necessária para recuperar a economia e o emprego.
“Ela faz parte de um bojo em que outras reformas e maldades já foram aprovadas por esta Casa com as mesmas desculpas, como o momento de crise econômica, para se utilizar, infelizmente, da necessidade do povo e tentar convencê-lo de que é preciso retirar direitos daqueles que mais precisam”, alertou.
Para mostrar a falácia que foi a reforma trabalhista, o parlamentar citou o aumento da taxa de desemprego, divulgada no final do mês pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que ficou em 12,4% no trimestre fechado em fevereiro, acima dos 11,6% registrados no período encerrado em novembro pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
“Hoje temos mais de 13 milhões de desempregados. Além disso, temos regras que submetem os trabalhadores a situações absurdas, que foram aprovadas naquela reforma com a desculpa de que geraria emprego”, disse. Ele observou que, assim como na trabalhista, a narrativa em torno da reforma da Previdência é que ela vai resolver o problema do emprego.
Em discurso na tribuna da Câmara, Aliel Machado advertiu os colegas que, quando o antecessor de Bolsonaro, Michel Temer, tentou aprovar uma reforma da Previdência, dos 23 parlamentares que votaram a favor da proposta na comissão especial, apenas três conseguiram se reeleger. “E a reforma proposta pelo Guedes, um banqueiro, é muito mais agressiva do que a reforma do Temer”, frisou.
“Ela vai diminuir o salário (benefício), fazer com que 50% das mulheres não se aposentem mais, criará um caos social nos municípios, com pobreza e miséria. É o que defende esse sistema fajuto para fragilizar os trabalhadores e ter mão de obra mais barata. E o dinheiro continua rodando nos bancos, que hoje batem recordes de lucro sem gerar um único emprego, porque vivem do capital especulativo”, denunciou.