A menos de quatro meses das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em queda livre chegando aos dois dígitos na última pesquisa, Donald Trump decide “reorganizar” sua equipe de campanha, que passou a ser comandada pelo até então vice-coordenador, Bill Stepien.
Em sua conta no twitter, Trump tentou colocar panos quentes no problema dizendo que tinha o “prazer de anunciar a promoção de Bill Stepien à liderança da campanha”, frisando que “Brad Parscale, que está comigo há muito tempo e lidera nossas tremendas estratégias digitais e de dados, permanecerá nesse papel, como consultor”. E acrescentou que “ambos estavam muito envolvidos em nossa histórica vitória de 2016, e espero que juntos tenhamos uma segunda e muito importante vitória”.
Para além do arremedo de justificativa, aponta a imprensa estadunidense, o destino do até então todo-poderoso “estrategista” Brad Parscale foi selado pelo “desastroso comício” de Tulsa, no Oklahoma – realizado há quase um mês -, em que Trump aguardava 100 mil inscritos para transbordar o pavilhão e compareceram somente 6 mil. Como se o problema da popularidade fosse de organização do chefe de campanha e não das políticas adotadas pelo seu governo.
Desde então, o que assinala a imprensa estadunidense é que a crise derivada da pandemia do coronavírus, dos mais de 3 milhões de contágios e dos sucessivos recordes de mortes, só se agravou, repercutindo mais fundo na descrença e na aversão do eleitorado, como atesta a margem de vitória dada nas pesquisas ao opositor e ex-vice-presidente democrata, Joe Biden.
Mas a realidade não deixa Trump nenhum pouco abatido, ignorando olimpicamente a tudo e todos em sua conta nas redes sociais. “A vitória deve ser muito mais fácil, pois nossos números de pesquisas estão aumentando rapidamente, a economia está melhorando, vacinas e tratamentos (para o coronavírus) logo estarão a caminho e os americanos querem ruas e bairros seguros!”, escreveu no twitter.
Comprovando que a campanha republicana acelera, pesada e desgovernada, pesquisa abaixo, a Universidade Quinnipiac apurou recentemente que o ex-vice-presidente tem uma vantagem de 15 pontos sobre o atual presidente. Divulgada nesta quarta-feira, a pesquisa da NBC News e do Wall Street apontou que 51% dos eleitores manifestaram apoio a Biden e 40% a Trump; com o republicano somando 42% de aprovação e 56% de reprovação.