O ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes (PDT), que disputou a Presidência da República em 2018, denunciou, através de seu Twitter na segunda-feira (07), que o caixa 2 de campanha de Jair Bolsonaro (PSL) em 2018 usou dinheiro estrangeiro.
“Este caixa 2 do PSL é um trocado na frente do verdadeiro caixa 2 da campanha de Bolsonaro. Só nosso judiciário esquisito é que não sabe do dinheiro estrangeiro, aos milhões de dólares e euros que pagaram publicidade no facebook e impulsionamentos”, tuitou Ciro.
Na terça-feira (08), após evento na sede do PDT, em Brasília, para analisar os nove primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro (PSL), o ex-ministro voltou a falar no assunto, ao ser questionado por jornalistas sobre reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que revelou caixa 2 desviado das candidaturas femininas.
Ele acrescentou que “Bolsonaro tinha R$ 5,5 milhões de impulsionamentos de propaganda e de fake news pelo WhatsApp. Impulsionados a partir de estruturas de informática da Espanha, pagos por empresas corruptas de Israel, dos EUA e da própria Espanha, organizados por esse Steve Bannon [ex-estrategista chefe do governo Trump”, disparou.
“Alô, imprensa brasileira, alô, Folha de SP… por que vocês não vão atrás de iluminar a cegueira de nossa justiça?”, conclamou o ex-governador.
Apesar de uma parte minoritária da comunidade judaica brasileira não ter ficado satisfeita com o que Ciro falou, é conhecida de todos a atuação de empresas de Israel e dos EUA, além de outros países, nos esquemas de Steve Bannon, Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Esses setores parecem confundir, conscientes ou não, denúncias de falcatruas de empresários israelenses que apoiaram ilegalmente com montanhas de dinheiro, a campanha de Bolsonaro, com um suposto e paranoico anti-semitismo.
Ciro deu essas informações sobre as articulações de Boslonaro com grupos estrangeiros, particularmente dos EUA e de Israel, ao comentar as denúncias vindas a público pelo assessor do ministro do Turismo de Bolsonaro, sobre o esquema de lavagem de dinheiro através de laranjas nas campanhas do ministro e de Bolsonaro.
Haissander Souza de Paula, ex-assessor parlamentar do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que na época era coordenador de sua campanha a deputado federal no Vale do Rio Doce (MG), declarou em depoimento à Polícia Federal (PF) que “acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas (as candidaturas-laranja), na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”.
Em uma planilha apreendida em uma gráfica, nomeada como “MarceloAlvaro.xlsx”, há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão “out”, o que significa, na compreensão de investigadores, pagamento “por fora”.
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