O doleiro apontado como intermediário de propina para Eliseu Padilha (ex-ministro de Temer e Dilma), Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro, foi encontrado morto em sua residência, em Porto Alegre (RS). Antônio Albernaz foi encontrado por uma funcionária da casa.
Tonico, como era conhecido, foi preso duas vezes por seu envolvimento com organizações criminosas.
A primeira, em 2016, aconteceu no âmbito da Operação Lava Jato devido ao seu envolvimento no roubo à Petrobrás. De acordo com a delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Tonico foi o intermediário do pagamento de R$ 1 milhão em propina para Eliseu Padilha, ex-ministro da Casa Civil de Temer. Ao fim de sua prisão temporária, foi solto.
Eliseu Padilha (MDB-RS) foi ministro da Secretaria da Aviação Civil na gestão de Dilma Rousseff e da Casa Civil na gestão de Michel Temer.
A segunda prisão aconteceu em 2018 na Operação “Câmbio, Desligo”, que investigava os crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, cometidos pela quadrilha chefiada pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. As delações revelaram um sistema chamado Bank Drop, que sistematizava a movimentação de dinheiro dentro e fora do país a partir de três mil offshores, em 52 países.
Sua liberdade somente aconteceu quando Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), entrou em cena e concedeu habeas corpus.
De acordo com o delegado Cassiano Cabral, “tudo leva a crer que foi suicídio”, mas o caso não está fechado. “Serão ouvidos familiares, vamos esperar o laudo pericial, realizaremos oitivas, além da análise de dados de telefone celular, para confirmar o que foi preliminarmente levantado no local”, informou.