As chuvas fortes que atingiram o estado de São Paulo já deixaram 24 mortes e mais de 600 famílias desalojadas. A tragédia causada pelos temporais na região metropolitana da capital paulista motivou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) a criticar a atuação de Bolsonaro e o governo federal respondeu gerando um embate político entre as partes.
No domingo, o governador paulista sobrevoou áreas alagadas na capital e cidades próximas e cobrou empenho e recursos da União para minimizar os efeitos da chuva.
“E eu quero repetir aqui: exige também a atenção do governo federal. Não é razoável que o governo brasileiro, diante de situações de tragédia em Minas Gerais, na Bahia, em São Paulo, ou em outros estados, esperando que não mais as tenhamos, mas, se houver, é importante que o governo federal também não só se manifeste, como destine recursos e apoio para que prefeitos e prefeitas se sintam também acolhidos e atendidos pelo governo federal”, disse o governador paulista, pré-candidato do PSDB à Presidência.
Após a declaração de Doria, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) afirmou ter recebido com “estranheza” as declarações de Doria e disse que o governador “parece desconhecer a natureza técnica do trabalho deste ministério, que não se pauta pela política eleitoral”.
“Até o momento, não foi recebida nenhuma solicitação de recursos dos estados ou dos municípios de São Paulo por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres. Portanto, o MDR não só condena o uso político da tragédia, como espera que o governador de atue no levantamento e no cadastramento dos danos no sistema para que o governo federal apoie as regiões conforme prevê a legislação”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
A crítica de Doria conta com respaldo dos demais estados que sofrem com as enchentes neste início de ano. Em Minas Gerais, Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte, também criticou a falta de apoio enquanto mais de 300 cidades mineiras estavam em situação de emergência.
O governo da Bahia criticou no último dia 22 a ausência de novos recursos do Ministério da Saúde para os 155 municípios baianos em situação de emergência.
O ministério antecipou R$ 104 milhões à Bahia. A verba já era de direito do Estado. A secretária da Saúde da Bahia, Tereza Paim, afirmou que a decisão causou “surpresa e espanto”.
No Estado, as enchentes provocaram 27 mortes e desalojaram ou desabrigaram 86 mil pessoas.
As chuvas que atingem o Estado de São Paulo desde a madrugada deste domingo causaram ao menos 24 mortes na Grande São Paulo e no interior do Estado. A informação foi divulgada na manhã de hoje pelo secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Marco Vinholi. Segundo o governo estadual, R$ 15 milhões serão destinados a estes municípios.
A previsão é que os recursos cheguem nesta terça-feira aos municípios. Franco da Rocha receberá R$ 5 milhões, Francisco Morato receberá R$ 2 milhões e cada um dos seguintes municípios receberá R$ 1 milhão: Arujá, Embu das Artes, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Jaú, Capivari, Montemor e Rafard.