Senador Otto Alencar solicitou à Comissão Parlamentar de Inquérito que, ao invés de ouvir o dono da Precisa, Francisco Emerson Maximiano, ouça a diretora-executiva da empresa, Emanuela Medrades
“Diante da decisão da ministra [do STF] Rosa Weber — e ela está obedecendo à lei —, não permitindo que o senhor [Francisco Emerson] Maximiano possa vir aqui explicar os fatos nebulosos acontecidos no Ministério da Saúde, na compra e negociação da Covaxin, proporia a vossa excelência que pudesse marcar a oitiva da diretora-executiva da empresa Precisa, a senhora Emanuela Medrades”, solicitou o senador Otto Alencar (PSD-BA) ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).
“Já tem, inclusive, requerimento aprovado para a sua convocação”, explicou o senador Otto Alencar ao senador Omar Aziz.
A questão de ordem feita pelo senador Otto Alencar, nesta terça-feira (6), à CPI, se deu em razão de a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) ter negado recurso da comissão contra o habeas corpus concedido ao empresário Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa Medicamentos.
A CPI, instalada no Senado em 27 de abril, investiga as ações, omissões e inações do governo federal, sob a liderança do presidente da República, na gestão da pandemia do novo coronavírus, que matou até o momento quase 526 mil brasileiras e brasileiros.
RECURSO NEGADO
A ministra do STF, Rosa Weber negou, na segunda-feira (5), recurso apresentado pela CPI da Covid-19 contra a decisão dada por ela que autorizou o empresário Francisco Emerson Maximiano — que intermediou a compra da vacina indiana Covaxin —, a ficar a silêncio durante depoimento à comissão.
Diante de a impossibilidade de ouvir Maximiano, pois está protegido por HC, Otto Alencar propôs ouvir a diretora-executiva da Precisa.
“Portanto, a proposta que eu faço é que, ao contrário de chamar o senhor Maximiano, chame-se a sua diretora-executiva, que negociou com o Ministério da Saúde”.
A diretora-executiva, segundo Otto Alencar, “teve relação com o ministro [Eduardo Pazuello], com o secretário-executivo, [Élcio Franco], com os diretores todos, a senhora Emanuela Medrades, que, como testemunha, não ficará calada aqui na nossa Comissão Parlamentar de Inquérito”, asseverou o senador.
Diante dessas informações, o presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM) disparou: “É a famosa empresa que vende de parafuso a foguete para órgãos públicos”.
M. V.