O colunista Lauro Jardim, de “O Globo”, publicou, na segunda-feira (30/11), a seguinte nota:
Um ministro que despacha no Palácio do Planalto explicou ontem a um interlocutor o porquê torceu neste segundo turno inteiro por Guilherme Boulos na eleição de domingo:
- Por dois motivos. Para começar, derrotaria o Doria. E também porque tenho certeza que a gestão dele seria um desastre, com muitos embates com a elite de São Paulo, desorganização da cidade etc. Se isso acontecesse na maior cidade brasileira seria uma vitrine horrível para a esquerda e isso ajudaria o Bolsonaro na eleição de 2022.
A constatação faz lembrar a história da primeira prefeita do PT em uma grande capital.
Maria Luiza Fontenele foi eleita em 1985 prefeita de Fortaleza, derrotando Paes de Andrade (PMDB), que era o favorito.
Em um ano de governo, a euforia e a expectativa iniciais se transformaram em imensa decepção.
Maria Luiza terminou a sua chamada “administração popular” decretando a calamidade pública da cidade – serviços públicos paralisados e as ruas tomadas por lixo. Seu próprio partido, o PT, tratou de se livrar dela e a expulsou ainda em 1987. Foi para o PSB após a expulsão e para o PSTU em 1993 até 1998. Hoje segue no Grupo Crítica Radical que, entre outras coisas, prega o boicote às eleições.