O ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou na calada da noite de terça-feira (10) um ofício ao Congresso Nacional, dirigido aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), com medidas que representam mais arrocho na economia do país com o pretexto de “blindar a economia brasileira” frente ao “agravamento da crise internacional.
Desesperado com o resultado do Produto Interno Bruto do ano passado, de apenas 1,1%, o mais baixo dos últimos três anos, que deixou a nu seu projeto de destruição nacional, Guedes quer que o Congresso Nacional avalize suas “reformas estruturais”. Reformas, que a exemplo da Previdência, só fizeram o país andar para trás.
Entre as propostas de Guedes estão a privatização de estatais, como a Eletrobrás e os Correios, a autonomia do Banco Central, a redução de jornada e de salários dos servidores públicos, a extinção dos fundos públicos, o fim dos concursos públicos, a privatização da água e do saneamento, mais cortes nos investimentos públicos e mais transferência de recursos para os bancos.
No mesmo dia, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, economistas defendiam exatamente o inverso do que pretende o Chicago boy. Eles argumentam que o país só sai da crise com mais investimentos públicos e o fim do teto de gastos. E denunciaram que a PEC Emergencial encaminhada por Guedes ao Congresso Nacional só agravaria a crise.
“Vamos para o quarto ano de crescimento medíocre, apesar de todas as reformas que têm sido feitas. Teto de gastos, reforma da Previdência, reforma trabalhista. Tudo tem fracassado. Nada tem acelerado o crescimento da economia e sempre a esperança é na próxima reforma. É uma agenda de reformas sem fim que não vai levar o país a lugar nenhum”, declarou o professor de economia da UnB, José Luís Oreiro.