Em dois anos, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil (BB) demitiram 21,2 mil funcionários em agências de todo o país. Os cortes fazem parte da política do governo Temer, de desmontar empresas e estatais administradas pela União, através do enxugamento do quadro de funcionários, cortes de custos e venda de patrimônio.
Através de plano de “incentivo” de demissões voluntárias e de aposentadorias, o BB desligou 16 mil funcionários, sendo quase 12 mil apenas nos últimos dois anos, quando o quadro diminuiu em 10,9%. Já a Caixa demitiu 9,2 mil pessoas, queda de 9,7% em seu quadro de funcionários.
O governo alega que as demissões de funcionários da Caixa e BB fazem parte de uma readequação aos novos tempos no setor, cujo processo se faz pela redução de custos e mudança da estrutura das empresas, para que se tornem cada vez mais parecidos com bancos privados.
Segundo depoimentos de diversos sindicatos de bancários, as demissões têm afetado diretamente a qualidade dos serviços prestados à população, o que tem gerado reclamações generalizadas dos clientes, além de aumentar a sobrecarga de trabalho nas agências.
Para a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), que lançou nesta semana a campanha, “Não tem sentido privatizar a Caixa”, “não tem sentido a sociedade brasileira abrir mão de uma empresa tão importante como a Caixa. Por isso, nós, todos os trabalhadores da Caixa e trabalhadores brasileiros, queremos que a Caixa continue firme e forte como ela está: uma empresa dedicada que tem um papel importantíssimo na sociedade brasileira”, afirmou Jair Ferreira, presidente da entidade.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) lembra que a Caixa não opera apenas com atividades financeiras, típicas dos bancos privados, o banco é responsável por políticas sociais como habitação, crédito popular, financiamento público, etc. E por ter este caráter social, a Caixa não pode ter o mesmo parâmetro de eficiência dos bancos privados, que visam apenas o lucro. “O povo brasileiro vai pagar um preço muito caro por isto. Vai ter um alimento mais caro na mesa, vai financiar a casa própria com juros muito mais altos, porque é isso que os bancos privados querem, só visam os lucros. Os bancos públicos fazem o que os privados não fazem”, afirmou Juvandia Moreira, presidente da entidade.