O empresário Luiz Fernando Machado Costa afirmou durante depoimento que chegou a receber a quantia de R$ 300 mil em dinheiro da família do ex-ministro Geddel Vieira Lima para fazer empreendimentos imobiliários na Bahia e, assim, lavar o dinheiro oriundo de corrupção. O dinheiro era apenas uma parcela do valor do empreendimento.
Geddel, que foi ministro da Integração de Lula e ministro-chefe da Secretaria de Governo de Temer, está preso desde setembro de 2017, quando foram encontrados R$ 51 milhões guardados dentro de malas no apartamento “bunker” em Salvador. Geddel também foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa durante o mandato de Dilma Rousseff.
Há uma semana a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de Geddel a 80 anos de cadeia por corrupção, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Para Luiz Fernando, a PGR pediu a condenação de 26 anos de prisão.
O papel de Luiz Fernando no esquema era lavar o dinheiro dos Vieira Lima (o irmão de Geddel, o deputado federal Lúcio Vieira Lima e a mãe deles, Marluce) a partir de empreendimentos imobiliários feitos pela sua empresa, a Cosbat. Há provas de crimes em pelo menos seis contextos e de que a família repassou R$ 12,7 milhões à Cosbat.
De acordo com Luiz Fernando, somente o lucro destes investimentos imobiliários pode ter atingido entre R$ 5 e 6 milhões a mais para a família. O empresário disse que recebia pessoalmente na casa da mãe de Geddel o dinheiro e o depositava no banco, que, segundo ele era “bem próximo”. “Eram maços de R$ 5 mil a R$ 10 mil”, revelou.
Ele contou ainda que a pedido de Geddel destruiu anotações, agendas e documentos e papéis relacionados à sua empresa, a Cosbat.
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