O 3º Encontro Sindical Internacional de Solidariedade com os Trabalhadores e o Povo da Síria, contra o Bloqueio Econômico, as Intervenções Imperialistas e o Terrorismo, que contou com a presença de 232 delegados enviados por sindicatos de trabalhadores de 52 países, teve seu encerramento em Damasco no dia 8.
Dezenas de participantes do encontro intervieram para exigir o fim do bloqueio imposto pelos Estados Unidos à Síria e colocar a ênfase na solidariedade aos sírios em sua luta contra as intervenções imperialistas e o terrorismo encabeçadas pelos EUA. A declaração final aprovada no encontro enfatizou estas questões.
Os delegados vindos de todas as partes do mundo encontraram-se com o presidente da Síria, Bashar Al Assad. No encontro com o presidente Assad, se manifestaram delegados da República Tcheca, Egito, Níger, Chade, Rússia, Índia e Lugansk.
George Mavrikos, secretário-geral da Federação Sindical Mundial (FSM), declarou na abertura do encontro o apoio dos trabalhadores do mundo à luta do povo sírio contra a ingerência estrangeira e o terrorismo.
O encontro realizado em Damasco foi organizado pela Federação Geral dos Sindicatos – Síria (GFTU-Síria), em cooperação com a Federação Sindical Mundial e a Confederação Internacional de Sindicatos Árabes (ICATU).
O secretário-geral da ICATU, Ghassan Ghosn, afirmou que mesmo com o bloqueio e as medidas unilaterais coercitivas impostos à Síria os Estados Unidos não conseguiram evitar a derrota militar de seus bandos de terroristas aos quais se aliaram na tentativa de depor o governo legítimo encabeçado por Bashar Al Assad.
O secretário-geral da Organização da Unidade Sindical Africana, Arzuki Mezhoud, conclamou que os sindicatos organizem uma campanha de solidariedade com a Síria, tal como a que foi lançada no caso de Cuba e que levou à condenação internacional do injusto bloqueio econômico e comercial imposto ao país.
Na sua intervenção, o presidente da GFTU-Síria, Jamal al-Qadri, disse que os trabalhadores sírios se aperceberam dos objetivos da investida terrorista e imperialista contra o seu país desde os primeiros dias, e que, ao longo da guerra, foram verdadeiros combatentes, não abandonando os seus postos de trabalho nas fábricas e nas empresas, apesar dos ataques e dos perigos que corriam.
Al-Qadri revelou que mais 9.000 trabalhadores sírios perderam a vida e que 14 mil ficaram feridos, enquanto outros 3.000 foram sequestrados pelos terroristas.
GUERRA CONTRA A ECONOMIA SÍRIA
No primeiro dos dois dias de duração do evento, em que participaram representantes de cem organizações sindicais de todo o mundo, o primeiro-ministro sírio, Imad Khamis, afirmou que «a Síria enfrentou um terrorismo e uma guerra económica sistemática sem precedentes na história», sendo que as estimativas preliminares apontam para perdas no valor de mais de 80 bilhões de euros só em termos dos danos sofridos pelas instituições estatais.
Khamis informou que mais de 28 mil edifícios governamentais e cerca de 188 fábricas e empresas industriais estatais foram destruídos total ou parcialmente pelos terroristas e os países que os patrocinam.
Ele acrescentou que, das 39 centrais de produção de energia eléctrica que a Síria tinha antes da guerra, 15 foram destruídas totalmente e dez parcialmente. A rede de distribuição elétrica, originalmente com cerca 48 mil quilómetros de extensão, teve a metade destruída.
«Desde o início da guerra, mil locais e instalações petrolíferas foram alvo de ataques do terrorismo comandado por Washington, e a produção diminuiu de 383 mil barris de cru por dia para zero», disse o primeiro-ministro. No entanto – acrescentou – “apesar de que ainda há muito a reconstruir, graças às vitórias do Exército e à libertação de extensas áreas do território sírio, foi possível recuperar uma parte dessa extração e, atualmente, o país produz 24 mil barris por dia”.
A cultura foi também alvo de ataques sistemáticos por parte dos grupos terroristas, tendo o chefe do executivo sírio precisado que mais de 1.194 sítios arqueológicos sofreram ações de vandalismo e saque.
CENTRAIS BRASILEIRAS SOLIDÁRIAS
“Em nome dos trabalhadores brasileiros manifestamos nossa solidariedade ao destemido povo sírio que, ao longo destes últimos anos, demonstrou que a consciência patriótica é capaz de unir a todos na defesa da soberania e na superação das agressões aos povos, mesmo quando são perpetradas pelas maiores potências do planeta em afã destrutivo e de dominação coloniais”, afirmaram as centrais CGTB e CTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, em sua declaração enviada ao Encontro de Damasco.
Fontes FSM, Pravda e Prensa Latina