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Neste sábado (16), a Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns por Justiça e Paz realizará um ato contra a violência e em homenagem ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista britânico Dom Phillips, assassinados na Amazônia.
O ato, que será celebrado na Catedral da Sé, na capital paulista, às 10h, está sendo convocado, além da Frente Inter-religiosa, pela Comissão Justiça e Paz de SP, a Comissão Arns, o Instituto Vladimir Herzog e a OAB-SP.
As Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST, CSB, CSP Conlutas e Pública – Central do Servidor, além de entidades do movimento social, movimentos indígenas, representações das mais diversas religiões, defensores dos direitos humanos e lideranças da sociedade civil também participarão e estão convocando para a solenidade.
Beatriz Matos, viúva de Bruno, e Alessandra Sampaio, viúva de Dom, também estarão presentes no ato, que contará também com participações culturais, como o cantor Chico César, o coral indígena Opy Mirim, a cantora Marlui Miranda e a cantora lírica Tati Helene.
O manifesto que convoca o ato afirma que “honrar a memória desses defensores de direitos humanos exige dar continuidade à sua bem aventurada missão”, e denuncia a escalada da violência contra os povos indígenas e tradicionais, fruto do descaso oficial e do desmonte de políticas públicas de preservação do meio ambiente.
“Ao longo dos últimos meses e anos temos testemunhado o agravamento de uma crise que existe há séculos no país: a escalada da violência contra os povos indígenas. A invasão de suas terras e o avanço de atividades ilegais, a constante e efetiva retirada de direitos desses povos e a inexplicável lentidão em reconhecê-los, a ausência e negligência do Estado e o enfraquecimento dos órgãos de fiscalização nos colocam em uma conjuntura crítica, que exige resposta diante de uma evidente corrosão democrática”.
Os organizadores cobram justiça pelas vítimas: “Assim, devemos relatar e denunciar a violência que se impõe sobre esses povos, exigir que sejam tomadas as providências devidas para a sua proteção, e transformar todas as crenças e estruturas que dão espaço para a violência”, diz o manifesto.
Sobre o recente assassinato de Bruno e Dom, o manifesto afirma que “esses não são crimes isolados. São o resultado de um sistema econômico e político que mata e desmata. Um sistema em que a ganância financeira se sobrepõe à vida; em que a pilhagem de recursos naturais é tolerada e incentivada; um sistema que promove arrogância e desconexão com a terra, com a água e com o ar que nos sustentam, e fazem da poluição o nosso habitat; e que silencia, torna invisível e desumaniza aqueles que se contrapõem ao seu funcionamento, tornando-os alvo fácil da violência”.
Por fim, afirmam: “Não podemos nos silenciar frente à destruição em curso! Não podemos abrir mão de um futuro livre da violência! Defendemos a integridade dos povos indígenas e de suas terras e nos unimos à sua elevada missão de reflorestar as mentes e corações e de construir uma sociedade próspera e segura para todas as pessoas”.
Em nota em que convocam os trabalhadores, sindicatos e associações profissionais a participarem do ato, as Centrais Sindicais ressaltam que “o objetivo do encontro”, também é “contra a violência política, em defesa da liberdade e da normalidade do processo eleitoral”.
Na nota, as centrais citam as palavras do presidente da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, Antonio Funari Filho, que reforçam a importância da manifestação “no esforço” para “dar um basta na violência”.
“A gente só vai recuperar a dignidade e o que foi destruído nos últimos anos se houver uma grande mobilização”, diz Antonio Funari Filho.
Dom Cláudio Hummes, conhecido como “profeta da Amazônia” por seu empenho na defesa socioambiental da região, que faleceu no último dia 4, também será homenageado na solenidade.