O governo de L. Moreno reconheceu nesta quinta-feira uma “diferença” de 5.700 equatorianos mortos a mais do que o normal nestas primeiras duas semanas de abril na província (Estado) de Guayas, onde falecem normalmente mil pessoas por quinzena, e que o avanço do novo coronavírus causou muito mais perdas em vidas do que o divulgado.
“Nas cifras que conseguimos cruzar com o trabalho, com o Ministério do Governo e com o Registro Civil, temos cerca de 6.703 mortes relatadas na província nos 15 dias de abril. Obviamente, temos uma diferença de milhares de mortos a mais”, declarou o chefe da Força-Tarefa Conjunta (FTC), Jorge Wated. Pego na mentira, Moreno disse que “por dolorosa que esta seja, precisamos ser transparentes com a informação, há que dizer a verdade”.
Até então Moreno havia registrado tão somente a morte de “algumas dezenas” em Guayas, que tem por capital Guayaquil, cidade de dois milhões de habitantes e que concentra 70% dos casos confirmados de contágio do país, minimizando a gravidade do problema causado pelo seu desgoverno.
Na capital de Guayas os familiares precisaram se desfazer dos corpos com fogueiras nas ruas antes que os urubus o fizessem. “Vejo urubus no céu de Guayaquil e à tarde a fumaça dos corpos sendo queimados em um dos cemitérios da cidade. Agora, estou vivendo em um filme de terror, apocalíptico”, descreveu um engenheiro brasileiro ao portal Metrópole.
Recentemente o canal de televisão Ecuavisa mostrou a imagem de centenas de corpos pelas ruas e a existência de cerca de 3.500 mortos na província. No hospital Teodoro Maldonado, corpos foram encontrados empilhados.
No relatório desta quinta-feira, das 27.868 amostras colhidas, 8.225 são casos confirmados, dos quais 403 pessoas morreram. Além disso, existem 632 mortes prováveis devido ao coronavírus em nível nacional. 7512 são descartados, do total confirmado, 6617 são pacientes estáveis isolados e 199 estáveis hospitalizados.