O Equador viveu uma intensa mobilização nacional na quarta-feira, 13, em protesto contra as medidas econômicas neoliberais do governo com as quais pretende atender aos ditames do Fundo Monetário Internacional. A greve nacional, que uniu trabalhadores dos centros urbanos e rurais, denominada 13F, foi liderada pela Rede de Professores, entidades de agricultores, servidores públicos, trabalhadores do setor elétrico e da Corporação Nacional de Telecomunicações, com apoio de organizações sociais e associações estudantis.
Cidades como a capital Quito, Manabí, El Oro, Zamora Chinchipe, Puerto Inca, Babahoyo e Guayaquil houve ações populares em busca de respostas do executivo para as exigências da população, afetada por medidas governamentais como o aumento descontrolado dos combustíveis, tratativas de privatização de empresas ou abandono de compromissos.
As reivindicações concretas são: fim as negociações do governo com o FMI, revogação total do decreto 619 sobre o aumento dos combustíveis; que sejam eliminados os cortes orçamentários; financiamento para saúde, educação, inclusão social, cultura, agricultura e fim às demissões em massa.
Wilmer Santacruz, coordenador nacional da Rede de Professores, advertiu que os docentes não vão permitir que medidas que vão contra a juventude, contra as condições de ensino avancem e levem ao atraso.
Richard Intriago, presidente do Movimento Nacional Camponês, referiu-se aos problemas enfrentados pelos pequenos produtores rurais, que não recebem o apoio necessário, apesar de garantirem a alimentação da população, motivo pelo qual exigem medidas de emergência.
“Esta é a primeira mobilização social que unificou todos os setores. Se não somos ouvidos virão muitas mais”, alertou.
À Superintendência de Bancos exigem ordenar a devolução de cobranças ilegais realizadas por banqueiros, voltar a cobrar impostos a grandes empresários, garantir salário justo e seguridade social para trabalhadores do transporte e comerciantes varejistas.
Aos protestos se somou a Confederação de Povos e Organizações Indígenas e Camponesas do Equador, que afirmou que nas eleições presidenciais de maio de 2017, votaram por um modelo progressista de justiça social e não pelo neoliberalismo em aplicação na atualidade.
Igual posição adotou a Frente de Organizações Sociais pela Defesa da Pátria, que se uniu à greve nacional desde Guayaquil.