Governador se dirigiu à deputada bolsonarista Carla Zambelli como ‘Mãe Dináh’ e Rodrigo Maia afirmou que, ou ela tem bola de cristal, ou houve vazamento ilegal de operações da PF
O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), aproveitou a entrevista coletiva nesta quarta-feira (10), onde o centro de suas atenção são as medidas de combate à pandemia do coronavírus, para criticar o que ele chamou de tentativa de transformação da Polícia Federal numa polícia politica.
Ele fez questão de se dirigir à deputada bolsonarista Carla Zambelli, a quem chamou de ‘Mãe Dináh’, para dizer que ela não pode tratar a PF como “policia privada”.
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O governador referiu-se ao vazamento de operações da PF pela deputada e às afirmações que a parlamentar fez de que os governadores estão sendo investigados. “A deputada Carla Zambelli prefere cumprir o papel de ‘Mãe Dináh’ ao invés de cumprir o seu papel de parlamentar”, denunciou Dória.
“Ela trata a Polícia Federal como polícia privada. Ela não tem cargo e nem mandato na Polícia”, observou o governador paulista. “Muito menos para ser porta-voz da polícia ou antecipar atos em qualquer lugar, seja em São Paulo ou qualquer outra parte do Brasil. E, se ela estiver exercendo ilegalmente essa função, estamos falando de uma polícia política”, prosseguiu.
“São Paulo tem todas as suas ações fiscalizadas pelos órgãos fiscalizadores e que têm competência para realizar fiscalização das contas públicas, ouvidoria, Ministério Público, Tribunal de Contas e Tribunal de Justiça”, lembrou o chefe do Executivo paulista.
“São Paulo não precisa de vitrola parlamentar ideológica e nem de uma deputada que prefere engraxar as botas dos militares, especialmente de seu chefe, o presidente da República. São Paulo pauta as suas ações pela transparência. Este é um governo que não deve e, portanto, não teme”, completou o governador.
HOUVE VAZAMENTO OU ELA TEM BOLA DE CRISTAL
No mesmo dia, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também criticou a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) pelos vazamentos ilegais de operações da Polícia Federal.
Ele disse que ela pode ter recebido informações antecipadas sobre a operação da Polícia Federal que atingiu o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em maio. Maia afirmou que, ou houve vazamento da operação, ou a parlamentar tem uma “bola de cristal”. Questionado sobre se acredita que, de fato, houve, vazamento, Maia respondeu: “Se não houve ela tem bola de cristal. Uma coisa ou outra. Vamos ver”, declarou.