Após dois grandes atos contra o governo Bolsonaro, em 29 de maio e 19 de junho, as entidades do movimento estudantil preparam sua mobilização para o próximo ato, já convocado para o dia 24 de julho.
Maycon Maciel, diretor de universidades públicas da União Nacional dos Estudantes (UNE), afirma que “os atos dos dias 29 de maio e 19 de junho foram a expressão máxima até o momento do descontentamento do povo brasileiro com a política genocida do governo Bolsonaro. O povo foi às ruas contra os cortes na educação, por vacina já e fora Bolsonaro”.
Lucca Gidra, diretor de cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP), avalia que os dois primeiros atos foram de suma importância para denunciar a sabotagem do governo Bolsonaro ao combate à pandemia.
Lucca defende que o povo continue mobilizado o máximo possível. “Se não derrotarmos esse governo, não conseguiremos sair dessa crise em que o país se encontra”, afirmou Lucca.
Para Lucca, o ato na capital paulista, no último dia 19, “foi uma excelente manifestação, cresceu a mobilização e a participação das pessoas em relação ao ato do dia 29. Tem mais gente se mobilizando em todo o país. A solução para derrotar Bolsonaro se dará também pelas ruas”, diz o estudante.
Na opinião de Maycon, há ainda “a expectativa de que os próximos atos reúnam ainda mais pessoas, com novos elementos apurados pela CPI da pandemia trazendo à tona mais provas da podridão do governo Bolsonaro. A CPI está mostrando que que o presidente negou a compra de vacinas da Pfizer, oferecida pela metade do preço, além de trazer provas cada vez mais contundentes de que o governo tentou superfaturar a compra do imunizante Covaxin”.
Os estudantes afirmam ainda que outro elemento importante nos últimos atos foi a presença cada vez mais forte das cores da bandeira nacional como retomada dos símbolos do patriotismo por aqueles que realmente defendem o povo brasileiro e sua democracia.
“Existe uma retomada sim, das cores nacionais, e isso tem acontecido em todo o país e a mídia tem noticiado isso, o que é bem importante para mostrar que o Brasil é dos brasileiros e não daqueles que atacam o nosso país, daqueles que são contra a democracia, contra a ciência, contra a educação. O Brasil pertence aos verdadeiros patriotas”, destacou Lucca.
Agora, o desafio dos próximos atos, de acordo com Lucca e Maycon, é conseguir aglutinar setores da direita e do chamado centrão, que são contra o governo Bolsonaro e isolá-lo na sociedade.
“É muito importante trazer todos os setores que são contra o governo Bolsonaro, sejam de esquerda, direita e centro, todos aqueles que são contra o Bolsonaro para participar desses protestos. Agora a luta é de todos aqueles que são a favor da democracia, a favor da vida, a favor do Brasil, contra esse governo Bolsonaro. Isso inclusive vai influenciar para que se tenha manifestações ainda mais amplas e populares, com a participação de todos”, disse Lucca Gidra.
Maycon reforça a importância de que todos aqueles que puderem, se somem aos atos. “O fato é que o negacionismo genocida do governo Bolsonaro já ceifou a vida de mais de 500 mil brasileiras e brasileiros. Por isso, mais uma vez, vamos às ruas contra o governo Bolsonaro e por vacina!”, disse Maycon.
“Nosso inimigo principal é o governo Bolsonaro! Todos aqueles que são contra esse governo é importante que se somem aos protestos”, conclamou Lucca.