Manifestação em defesa do Estado de Direito e contra o sucateamento das universidades reuniu centenas de manifestantes na Esplanada dos Ministérios
Na tarde desta quinta-feira (11), estudantes da UnB (Universidade de Brasília) e secundaristas participaram de ato político em defesa da democracia e contra os cortes na educação. A manifestação foi convocada pelos movimentos e entidades estudantis. A concentração teve início por volta de 15h, em frente ao Museu Nacional de Brasília. Às 16h, os manifestantes seguiram em passeata até o Congresso Nacional.
Com a paralisação das atividades acadêmicas da UnB nesta quinta-feira, docentes e servidores da instituição também estiveram presentes na manifestação, reunindo centenas de pessoas.
Pela manhã, às 10h, juristas, professores e estudantes leram cartas em defesa da democracia. Grupo se reuniu na Faculdade de Direito da UnB e leu manifestos em apoio às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral brasileiro.
À tarde, os manifestantes começaram a se concentrar em frente ao Museu Nacional por volta das 14h30. Boa parte chegou em ônibus fretados pela ADUnB (Associação dos Docentes da Universidade de Brasília) e o DCE (Diretório Central dos Estudantes). Com forte policiamento, o grupo precisou deixar os mastros das bandeiras para seguirem em direção ao Congresso.
A passeata teve início às 16h e três das seis faixas foram bloqueadas. Os participantes gritavam palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), como “Tira a tesoura da mão e investe na educação” e a praxe “Fora Bolsonaro”. Algumas figuras políticas, como deputados e candidatos ao governo do DF também estiveram presentes no ato.
CONTRA OS CORTES ORÇAMENTÁRIOS NA EDUCAÇÃO
A vice-presidente geral da Ubes-DF (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas no DF), Gabriela Sidrin, 16 anos, destacou a importância dos estudantes marcarem presença nas manifestações, principalmente, contra os recentes cortes orçamentários promovidos pelo governo na pasta da educação. “A educação pública é atacada diariamente e vem sendo sucateada pelo governo. Os estudantes precisam lutar pelos seus direitos, mostrar sua insatisfação nas ruas”, disse.
“ELEGER GOVERNO QUE DIALOGUE COM OS ESTUDANTES”
Ela afirma que a Ubes tentou marcar reuniões com o Ministério da Educação por diversas vezes, desde dezembro de 2020, mas não obteve sucesso. “Com as eleições se aproximando, os jovens têm a chance de mudar esse cenário, de fazer a diferença. É preciso eleger um governo que dialogue com os estudantes”, ressaltou.
Monna Rodrigues, 21, coordenadora geral do DCE-UnB e do Cahis (Centro Acadêmico de História) da UnB, lembra que o 11 de agosto é um dia histórico de mobilização dos estudantes. A data marca a morte do estudante Edson Luiz, que foi assassinado na ditadura. “Estamos na rua lutando contra um golpe que surge no horizonte. A derrota deste governo não vai ser só nas urnas, vai ser também nas ruas”, disse.
Ela afirma que os cortes na educação sintetizam o projeto de Bolsonaro, e que os estudantes precisam reagir com veemência. “Precisamos combater os cortes com toda nossa força, porque a universidade é um polo de resistência. O movimento estudantil não morreu e não vai morrer”, defende.
M. V.