Dados iniciais apontam que a vacina do Butantan contra a Covid-19 é capaz de combater as variantes de Manaus, do Rio de Janeiro e do Reino Unido. Estudo está sendo realizado em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou na quarta-feira (10) a informação de que um estudo preliminar da instituição indicou que a vacina CoronaVac é eficaz contra as novas variantes do coronavírus.
O anúncio foi feito em meio ao pior momento da pandemia do no Brasil. Com um aumento recorde do número de casos e de mortes, impulsionado pelas aglomerações das festas de fim de ano e do carnaval e pela transmissão da variante de Manaus.
O imunizante produzido pelo Butantan foi submetido a um estudo feito por cientistas do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). Por enquanto, foram analisadas amostras de sangue de 35 pessoas, e por isso o estudo é considerado preliminar.
A pesquisa foi realizada com amostras do soro de sangue obtidas durante a fase 3 de ensaios clínicos da CoronaVac. De acordo com o Butantan, as amostras são infectadas por novas variantes dentro de um cultivo de células, e assim é testada a capacidade dos anticorpos gerados pela vacina de combater as mutações do vírus.
O diretor do instituto disse que a CoronaVac se mostrou eficaz contra a variante de Manaus, conhecida como P1, e também contra outras três cepas que circulam no país: a do Reino Unido, da África do Sul e uma última que surgiu no Rio de Janeiro, a P2.
“Já sabíamos que os anticorpos da vacina do Butantan tinham eficácia contra variantes do Reino Unido e da África do Sul, e agora mostramos que têm eficácia contra variantes P1 e P2”, afirmou.
Covas também comentou que o Butantan deve encaminhar ao Ministério da Saúde 1,2 milhão de doses de vacina nesta semana. “Na segunda, entregaremos 3,3 milhões. Em cinco dias serão 4,5 milhões”, afirmou. “Até o fim de março entregaremos 22,7 milhões de doses.”
22,7 milhões de doses da CoronaVac serão entregues até março
Um novo lote contendo 1,2 milhão de doses da vacina do Butantan contra a Covid-19 foi encaminhado na quarta-feira (10) ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Com este carregamento, o Instituto já enviou ao governo um total de 17,3 milhões de doses da vacina.
Na próxima segunda (15), mais 3,3 milhões de doses serão encaminhadas ao Ministério da Saúde para posteriormente serem enviadas aos estados e distribuídas à população. “Em cinco dias, vamos entregar 4,5 milhão de doses, que é superior ao montante de vacinas que o Brasil recebeu de outras fontes”, afirmou Dimas Covas, na coletiva de imprensa..
Até o final de março, o Butantan terá entregue 22,7 milhões de doses da vacina contra a Covid-19. A expectativa é finalizar o primeiro contrato assinado entre Butantan e Ministério de Saúde, para a fabricação de 46 milhões de doses, até 30 de abril. O segundo contrato, para a produção de 54 milhões de doses, será cumprido até o final de agosto – um mês antes do previsto.