O ato em Porto Alegre nesta quarta-feira (01) teve como título “Pela soberania do Brasil”. O ginásio de esporte ficou lotado e contou com a presença de diversas personalidades políticas e lideranças da sociedade
Diante de mais de 7 mil pessoas reunidas em Porto Alegre, o ex-presidente criticou a privatização da Eletrobrás pelo governo Bolsonaro e alertou que essa medida vai elevar ainda mais as tarifas de energia elétrica. “Nós investimos R$ 20 bilhões para levar energia para 16 milhões de brasileiros que viviam no século XVII, à luz de candeeiro. Que empresa privada vai fazer isso? Nenhuma”, disse Lula.
“PRIVATIZAÇÃO DA BR ELEVOU OS PREÇOS”, DISSE O EX-PRESIDENTE
Lula destacou que, em seu governo, quando o Pré-sal foi descoberto, foi tomada a decisão de que o petróleo seria do povo brasileiro e que a grande reserva descoberta seria um passaporte para o futuro do país. Ele disse que as medidas tomadas contrariaram a indústria que queria ver a companhia privatizada, plano que o governo Bolsonaro quer tirar do papel.
Lula afirmou que, diferentemente do discurso de que concorrência reduz o preço, o que o Brasil vive depois da venda da BR Distribuidora “são preços de combustíveis altos como nunca antes”.
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“Como é possível, a gente virou autossuficiente em petróleo e a gente não pode sequer comprar botijão de gás de 13 kg? Durante todo o nosso governo, a gente não aumentou o gás, porque o gás na verdade é um elemento da cesta básica. Hoje, o gás, tem estado que está a 150 reais o botijão. Como sobrevivem os caminhoneiros pagando o diesel que estão pagando e ainda assaltados pelos pedágios? Tudo isso reflete na comida que a gente come, porque 50% da inflação são dos preços controlados pelo governo. E por que isso? É por causa da guerra na Ucrânia? É por falta de vergonha de quem governa esse país e de quem dirige a Petrobrás”, disse o pré-candidato.
Ele denunciou também a privatização da Eletrobrás. “Com esta venda, eles não vão aumentar as tarifas, vão controlar as águas dentro do país. É capaz deles não deixarem nem as pessoas nadarem mais nas águas, porque a empresa é privada, então as águas da represa também são privadas”, apontou. “E, mais grave, nunca mais haverá um programa como o Luz Para Todos”, destacou Lula.
LIDERANÇAS GAÚCHAS PRESTIGIARAM O ENCONTRO
“Eles não sabem falar a palavra desenvolvimento, não sabem falar a palavra crescimento. Só pensam em vender tudo, daqui a pouco vão vender os tapetes do Palácio da Alvorada, do Palácio do Planalto”, prosseguiu o ex-presidente. Em seu discurso, Lula defendeu enfaticamente a unidade das forças progressistas gaúchas para derrotar o bolsonarismo. No palco marcaram presença lideranças de PT, PSOL, PCdoB, PV, Solidariedade e Rede, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a vice-presidente do PCdoB e ex-deputada Manuela D’Ávila e os pré-candidatos ao governo estadual Edegar Pretto (PT) e Pedro Ruas (PSOL).
Geraldo Alckmin afirmou que o país precisa de Lula para salvar a democracia. Garantiu que vai suar a camisa na campanha para levar Lula novamente à Presidência da República. “Nós precisamos recuperar os empregos, por isso o país precisa de Lula”, disse Alckmin.
A vice-presidente do PCdoB e ex-deputada Manuela D´Ávila, uma das principais lideranças gaúchas, denunciou a destruição do país. Chamou a atenção para a crise na indústria gaúcha e as consequências sociais que a política do atual governo acarreta. “Vemos nossas crianças nos sinaleiros sem a garantia de um futuro para elas. Vamos, com Lula reconstruir nossa economia aqui e no país inteiro”, conclamou Manu.
TODOS DEFENDERAM A UNIDADE PARA RECUPERAR O PAÍS
“A virada no Rio Grande, a construção de uma virada no Rio Grande pode ser determinante para uma vitória no primeiro turno e somos nós e vocês, que não recolheram as bandeiras mesmo quando as lágrimas caíam e quando parecia não ter fim, que vamos fazer isso”, declarou Manuela.
Roberto Requião, ex-governador do Paraná, lembrou do papel fundamental do Rio Grande do Sul para a defesa da soberania brasileira e disse que nunca, desde a independência, ela foi tão aviltada como nos últimos anos. “Nenhum dos pressupostos que sustentam a soberania restou intocado de 2015 para cá”.
O ex-governador Tarso Genro afirmou que um eventual retorno de Lula ao governo significa a derrota do fascismo e o resgate da soberania, da democracia e da República. “Se não, não tem futuro para ninguém”.
Olívio Dutra também discursou e defendeu a unidade do estado na disputa do governo. Tanto Tarso quanto Olívio defenderam a candidatura de Edegar Pretto (PT) para o governo. Lula tenta unificar o palanque no Rio Grande, atraindo o candidato do PSB e outros para se somarem na disputa contra o bolsonarismo. Discursaram também a ex-presidente Dilma, deputados e outros parlamentares e lideranças populares, e presidentes de partidos que fazem parte da frente que já apoia Lula para presidente.