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Nesta segunda-feira (7), começou o prazo para a declaração do Imposto de Renda (IR), porém, quem tentou baixar o programa encontrou falhas e dificuldades para fazer o download o programa, que está fora do ar. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) afirma que o apagão é um reflexo do corte no orçamento de 2022 da Receita feita pelo governo Bolsonaro, que reduziu pela metade o orçamento do órgão.
Anderson Akahoshi Novaes, presidente do Conselho de Delegados Sindicais do Sindifisco Nacional, lembra que o comprometimento da entrega do IRPF já era esperado e que foi alertado pela categoria já em dezembro, quando da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA). Ele observa que metade dos cortes no orçamento foram especificamente na área de TI da Receita Federal.
“Estamos alertando o Ministério da Economia desde dezembro. Agora temos a concretude disso. Parece que o Paulo Guedes crê que a arrecadação no nosso país é espontânea. Ou talvez o objetivo seja mesmo desestruturar a máquina arrecadadora em pleno ano eleitoral”, disse.
A Receita liberou o programa gerador da declaração do IR às 8h desta segunda (7) e o prazo deve ir até 29 de abril.
Segundo Mauro Silva, presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), a mobilização dos servidores contra o corte do orçamento do órgão, com entrega de cargos de chefia, operações meta zero e equipes reduzidas, também tem reflexos nos serviços prestados.
“O fluxo normal do trabalho ficou afetado e algumas coisas que são relativas a Imposto de Renda acabam afetadas também, então evidentemente que isso tem reflexo da mobilização dos auditores, porque as equipes não estão completas. Sem as chefias das comunicações entre equipes, planejamentos, os cronogramas acabam não sendo realizados da melhor maneira, então deve ser reflexo”, diz.
Após ao anúncio dos cortes e arrocho dos salários no órgão, os servidores realizaram uma operação-padrão na Receita, com o pretexto de dar reajuste salarial para as categorias da segurança pública. O aceno para os policiais foi visto como tentativa de fortalecer a base eleitoral de Bolsonaro para o pleito deste ano. No entanto, nem os policiais nem qualquer outra categoria tiveram o reajuste confirmado para este ano.