![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2019/05/guadalupe.jpg)
A Advocacia Geral da União entrou em acordo na sexta-feira (22) com a família de Evaldo Rosa dos Santos, morto por militares do Exército em um bloqueio em Guadalupe, no Rio de Janeiro, em abril de 2019. O carro do músico foi alvo de 257 disparos.
A União pagará R$ 2milhões em indenização. A viúva e o filho de Evaldo também irão receber cada um uma pensão mensal no valor de um salário mínimo (hoje em R$ 1.320).
Com o acordo, que foi homologado nesta sexta-feira (22) pela Justiça Federal do Rio de Janeiro no âmbito da ação movida pela família para pleitear o pagamento de indenização, todos os processos judiciais relacionados ao episódio foram encerrados de forma consensual.
Evaldo e o catador de latinhas Luciano Macedo foram baleados em Guadalupe, com 257 tiros quando militares descarregaram suas armas na direção do carro onde estava a família de Evaldo. O catador Luciano tentava socorrer Evaldo e também acabou atingido, e morreu dias depois no hospital.
![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2019/05/Lucaino-e-Evaldo-e1576723641574.jpg)
A princípio, o caso ficou conhecido pelos 80 tiros identificados em análise preliminar da polícia. Depois, porém, ficou constatado que foram 257 disparos – 62 atingiram o veículo do músico.
No ano de 2021, os militares envolvidos no incidente foram condenados pela Justiça Militar. A acusação alegou que eles foram à procura de suspeitos de um roubo e abriram fogo contra o veículo em que Evaldo se encontrava, um Ford KA branco. O sogro do músico foi ferido durante a ação, enquanto sua esposa, seu filho e uma amiga que também estavam no carro escaparam ilesos.
Luciano foi atingido por tiros e faleceu 11 dias depois no hospital.
Em abril deste ano, a AGU já havia celebrado acordo com familiares de Luciano Macedo. E, em agosto, com Sérgio Gonçalves de Araújo e Michele da Silva Leite Neves, que estavam no veículo com Evaldo e sobreviveram.
“O acordo representa um importante passo para a promoção da justiça, bem como para a consolidação de valores democráticos e de respeito aos direitos humanos”, assinala a Advogada da União Débora Lerner, coordenadora-regional de Negociação da União da 2ª Região. “A AGU reafirma seu compromisso em atuar de forma célere e responsável na defesa do interesse público e na garantia dos direitos dos cidadãos”, completa.
Leia mais: