“Estamos há dias nessa situação sem que seja tomada uma providência”, denunciam as entidades
Em meio ao apagão de energia que já dura quatro dias na região central de São Paulo, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e o Sindicato do Comércio Varejista e Lojista do Comércio de São Paulo (Sindilojas) exigiram, na sexta-feira (22), uma solução imediata do problema por parte da Enel.
As entidades, que mandaram ofícios à multinacional, responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo, e aos órgãos fiscalizadores, afirmam que os prejuízos financeiros para empresas que atuam na região “já chegam à casa do milhão”.
As entidades também estão em contato com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o governo do Estado e a prefeitura municipal, cobrando que o fornecimento seja restabelecido o mais rápido possível.
De acordo com as entidades, “é inaceitável que uma das regiões mais importantes da maior metrópole do Brasil permaneça por tanto tempo sem eletricidade, serviço básico à população, e cuja falta acarreta problemas significativos para moradores e prejuízos enormes ao empresariado”.
No ofício enviado a Enel, a Fecomercio-SP e o Sindilojas demonstram como muitas empresas da região central, como mercados, restaurantes, farmácias e lojas do varejo estão contabilizando perdas econômicas a cada dia sem luz, além de serviços que ficam impossibilitados de operar, já que, além da energia, estão sem acesso à Internet.
Os representantes empresariais ainda listam entre os prejuízos no setor os custos excedentes, já que muitos comerciantes, diante da “situação alarmante”, tiveram que alugar geradores, contratar mão de obra extra ou comprar combustíveis para manter dispositivos operando. As entidades denunciam ainda que o apagão prejudica o fornecimento de água, já que muitos edifícios do centro possuem bombas hidráulicas de distribuição.
As entidades lembram que, nos cinco dias em que a capital paulista também ficou parcialmente sem energia elétrica no fim de 2023, “os setores de comércio e serviços perderam, pelo menos, R$ 1,3 bilhão em faturamento bruto”, segundo cálculo da FecomercioSP à época. Isso significou um prejuízo de R$ 930 milhões para o setor de serviços e de R$ 465 milhões para o comércio”.
“Estamos há dias nessa situação sem que seja tomada uma providência. Os comerciantes, e os empresários do setor de Serviços, já estão sendo prejudicados e serão ainda mais penalizados quando os impactos desse problema forem convertidos em números”, diz Aldo Macri, presidente do Sindilojas-SP e diretor da FecomercioSP.
Segundo a Federação e o Sindicato, elas “seguirão exigindo que a Enel e os órgãos fiscalizadores não apenas resolvam o problema como forneçam suporte à população afetada, comunicando a resolução do apagão e, posteriormente, ressarcindo os danos causados”. As entidades estão, inclusive, orientando que os empresários registrem formalmente esses prejuízos junto à concessionária, à Aneel e ao Procon-SP.