Pré-candidato ao Governo do Rio de Janeiro pelo PSD, o advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz foi sabatinado pelo portal UOL e o jornal ‘Folha de S. Paulo’ e afirmou que pretende criar uma corregedoria independente para as polícias do Rio afim de acabar com a corrupção e violência dentro da corporação.
Questionado por jornalistas Santa Cruz também defendeu uma ouvidoria externa e investimentos em tecnologia e treinamento nas corporações.
“Ou seja, organizar a polícia e todo o sistema de Justiça para uma maior institucionalidade. Uma polícia que tenha que agir, que recupere essas áreas [sob comando do crime], que tenha firmeza na sua ação, mas que tenha técnica, procedimento e cumpra a lei”, afirmou Santa Cruz aos jornalistas.
Ele também defendeu a existência de câmeras em uniformes policiais. “Não acredito nesse dilema entre polícia homicida, Estado assassino, ou completa omissão, aceitar que a polícia não precisa proteger a população das comunidades, recuperar áreas nas mãos da ‘narcomilícia’.
Santa Cruz ainda afirmou: “Não há como cumprir a lei fora da lei. O Estado age para combater o crime. Se age fora da lei, desautoriza esse processo, e aí o avanço institucional gera retrocesso. Nós tínhamos que ter discutido o aprimoramento das delações”.
A falta de respostas concretas sobre quem é o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, quatro anos após o crime também foi pautada por Santa Cruz. Para ele, o tema é “prioridade total” se for eleito.
“Passei três anos no Conselho Federal da OAB com a placa da rua Marielle Franco. Me sinto pessoalmente atingido por isso, por esse silêncio que grita aos ouvidos dos cidadãos. No nosso governo será uma prioridade descobrir o mandante do assassinato”, ressaltou o pré-candidato.
Questionado sobre a efetividade da polícia e as soluções que pretende realizar quando eleito, ele defendeu uma reintegração entre os Poderes.
“Não há saída para o Rio de Janeiro que não passe por uma integração, por arrumar a casa com o Ministério Público, o Poder Judiciário, a Secretaria de Assistência Penitenciária. Ou seja, organizar a polícia e toda área do sistema de Justiça.”
Santa Cruz também afirmou que busca viabilizar um apoio formal do PDT a sua candidatura. Atualmente o partido de Ciro Gomes tem Rodrigo Neves como pré-candidato a governador do Rio.
Sobre as eleições presidenciais, Santa Cruz, apesar de não ter decidido quem vai apoiar, foi categórico contra Jair Bolsonaro (PL).
“Estou muito confiante no partido e disse, desde o início, que, fora Bolsonaro, eu apoiaria. O Brasil vai escolher entre a democracia ou ter mais quatro anos de erosão das instituições. Vejo com dificuldade hoje a permanência da terceira via forte, acho que a eleição nacional está ficando muito polarizada. Acredito que o primeiro turno pode marcar mais liberdade nos estados, mas, no segundo turno, ser contra Bolsonaro.”