O filho de Jair Bolsonaro, Jair Renan, o filho “04”, roubou objetos do acervo da Presidência da República em julho de 2022, mostram e-mails de ex-assessores que foram obtidos pela CPI do Golpe.
Nos e-mails, trocados na forma de “passagem de serviço” dos ajudantes de ordem, está presente a informação de que o então presidente Bolsonaro queria ser informado sobre os objetos que seu filho, Jair Renan, pegava.
Um ajudante de ordens falou ainda que Jair Renan escolheu, no dia 7 de julho de 2022, alguns objetos que queria levar e, cinco dias depois, autorizado pelo pai, os retirou.
“Presentes retirados pelo Renan: A Marjore da GADH informou que quando o Renan vier buscar presentes, ele deverá selecionar e informar quais quer levar. A GADH [Gabinete Adjunto de Documentação Histórica] irá informar o Cf de Gabinete PR [Presidente da República] quais presentes foram selecionados que despachar com o PR. Só depois de autorizado pelo PR o Renan poderá retirar os presentes. Em 7/7/22 o Renan selecionou os presentes, TC autorizou, ainda não retirou os presentes. Apanhou os presente hoje, 12/7”, diz o e-mail que está em posse da CPI do Golpe.
A “Marjore” citada no documento é a ex-coordenadora do Acervo Museológico do GADH, Marjorie de Freitas Guedes. Ainda não se sabe de quais “presentes” Jair Renan se apropriou.
O GADH é responsável por registrar e organizar os presentes recebidos pelo presidente da República, separando-os entre o acervo privado, que são objetos de uso “personalíssimo”, e o acervo público, quando se trata de objetos de alto valor.
O ex-presidente Bolsonaro descumpriu o regramento sobre o tema e pegou para si kits com relógios, colares, anéis e outros objetos de luxo.
Seu plano, que foi, em parte, frustrado pela ação do TCU e da Polícia Federal, era levar as peças roubadas para os Estados Unidos e vendê-las em dólares.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que é membro da CPI do Golpe, ironizou o caso de Jair Renan pegando presentes da Presidência.
“Quer dizer que não era só a adega do Palácio que o 04 costumava frequentar? Só que, no caso dos presentes, foi apropriação de patrimônio público. Pelo jeito, não escapa um no clã Bolsonaro”, publicou em suas redes sociais.
Jair Renan, que hoje é lotado como assessor do senador Jorge Seif (PL-SC), pegava bebidas do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, segundo relatos de funcionários do local.
Sua madrasta, Michelle Bolsonaro, ordenou que a porta da adega fosse trancada para impedir que Jair Renan voltasse a pegar bebidas sem permissão.
Os depoimentos contam que o então presidente Jair Bolsonaro teria dado uma “voadora” na porta da adega para abri-la e pegar um presente para um convidado seu.
puxa vida, isto é que é quadrilha “organizada”!!!